Os superiores enviaram os seminaristas para suas casas quando o governo decretou a quarentena, mas ele pediu ao reitor que lhe abrisse uma exceção
Permissão obtida, Abraham se colocou à disposição de seus antigos chefes no Hospital Reina Sofía e começou a trabalhar ainda em 16 de março.
Desde então, além de trabalhar diretamente com os enfermos, ele tem conciliado os estudos de teologia com as revisões de medicina mais relacionadas com a covid-19. Junto com o trabalho e os estudos, os vínculos de amizade e cooperação se fortaleceram: Abraham reencontrou antigos companheiros, que se surpreenderam com o seu retorno nestas circunstâncias, e acrescenta que foi um “grande presente” conhecer todos os demais colaboradores do hospital e fazer com eles “um trabalho em equipe muito bom”.
“Foi uma bênção ir todos os dias trabalhar e, pela estrada de Alicante, ver o Cristo de Monteagudo. E é uma santificação dia a dia ver a face de Cristo nos pacientes e rezar mais por eles. Quero ser discípulo de Jesus. Ele é que é o médico dos corpos e das almas”.
Especializado em Medicina Familiar e Comunitária, o seminarista vê a relação profunda entre a medicina do corpo e a sua vocação também de médico da alma, mas confessa que, no início, tentou se esquivar do chamado de Deus:
“Eu dizia para Deus: se já estou te ajudando na medicina, para que mais? Mas também é verdade que eu sempre dizia a Ele, e continuo dizendo, que seja feito o que Ele quiser para mim. Ele me deu muitas pistas e me dizia em alto e bom som, com sinais luminosos, que o meu caminho era o seminário. Então eu fui me aprofundando e me apaixonando tanto que tive que dizer: ’tá bom’, Senhor, Tu conquistaste o meu coração; eu não me sinto digno desse caminho, mas, se é o que Tu queres…”.