A importância de amar a Virgem Maria “na saúde e na doença”

São Luís de Montfort pede aos cristãos que não abandonem a devoção a Maria depois que uma crise for resolvida

Durante um período de crise, especialmente a que envolve nossa saúde, pode ser mais fácil manter nossa devoção a Deus e aos santos. Em particular, podemos rezar pela intercessão da Virgem Maria, pedindo uma cura milagrosa ou mesmo uma simples restauração de nossa saúde.

Muitas vezes acontece de nossa saúde ser restaurada, e, depois disso, abandonamos ou minimizamos nossa devoção.

Entretanto, São Luís de Montfort – um padre do século XVIII que dedicou toda a sua vida a levar almas a Jesus através de Maria – pede que os cristãos não caiam nessa tentação. No livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria”, ele diz:

“Há também os devotos interessados, que recorrem a Nossa Senhora apenas para obter algum processo, para evitar algum perigo, para serem curados de alguma doença ou por alguma outra necessidade semelhante, sem a qual eles a esqueceriam completamente…”

Um “devoto interessado” é aquele que está apenas “interessado” em Deus ou na Virgem Maria por um objetivo específico em mente. Quando esse objetivo é alcançado, a devoção é abandonada inteiramente.

Esse tipo de devoção não é “amor”, mas apenas um sentimento momentâneo que desaparece quando algo em nossas vidas muda.

Montfort descreve um tipo de devoção muito melhor e mais autêntica a Maria:

“A verdadeira devoção é terna, isto é, cheia de confiança nela, como a confiança de uma criança em sua mãe amorosa. Essa confiança faz a alma recorrer a ela em todas as suas necessidades corporais ou mentais, com muita simplicidade, confiança e ternura. [A alma] Implora a ajuda de sua boa Mãe, em todos os momentos, em todos os lugares e em todas as coisas: em suas dúvidas, para que [ela] seja esclarecida; em suas andanças, para que seja levada ao caminho certo; em suas tentações, para que seja apoiada; em suas fraquezas, para que seja fortalecida; em suas quedas, para que seja elevada; em seus desânimos, para que seja aplaudida; em suas cruzes, labutas e decepções da vida, para que possa ser consolada. Em uma palavra: em todos os males do corpo e da mente, o refúgio comum da alma está em Maria, sem temer ser importuno para ela ou desagradar Jesus Cristo.

A verdadeira devoção a Nossa Senhora é constante. Confirma a alma no bem e não deixa que ela abandone facilmente seus exercícios espirituais … Não é que essa pessoa não caia, que não mude o sentimento da devoção ou a intensidade da devoção em si. Mas quando [a alma] cai, ela se levanta novamente, esticando a mão para sua boa mãe.”

Acima de tudo, devemos enxergar Maria como nossa mãe espiritual, que se importa profundamente conosco, nos bons e maus momentos. Se estamos doentes ou saudáveis, precisamos pedir ajuda a nossa mãe. Ela está lá para nós, sempre nos levando de volta ao seu filho, Jesus Cristo.

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