Pais católicos

    Nestes tempos de pandemia da COVID-19 muitos filhos certamente não terão a alegria de se reunir presencialmente com os seus pais no segundo domingo do mês de agosto, tradicionalmente no Brasil, dedicado aos pais e em que a Igreja, Mãe e Mestra, reafirma o valor da paternidade dentro da família cristã. É de suma importância a presença dos pais católicos na vida dos filhos e mais importante ainda se os pais vivenciarem a fé católica, serem praticantes da religião e não apenas dizerem que são católicos. Os pais vivenciando a fé católica poderão transmitir essa fé aos filhos e essa fé passara de geração a geração como um legado de vida.

    Os pais católicos transmitirão os valores que a religião católica traz, como o sentar junto na mesa para as refeições, rezar juntos em família, o diálogo que deve haver entre pais e filhos, e uma família que começa desde cedo unida em oração termina sempre unida em oração. Esses são valores que os filhos passarão para os netos e assim por diante.

    Devemos levar os filhos desde cedo para a Igreja para irem se acostumando com o ambiente eclesial, no sentido comunitário e celebrativo. Não devemos apenas levá-los por ocasião do Batismo e depois esquecermos da Igreja, pois ficará bem mais difícil que essa mesma criança volte ao ambiente da Igreja para a primeira Eucaristia e demais sacramentos da vida de fé.

    Portanto, devemos alimentar a vida de fé nos nossos filhos desde cedo para que eles possam ser enraizados num lar cristão onde predomina a oração, o diálogo e o amor. Se a criança cresce num lar onde se cultiva como centro da vida familiar a oração, o diálogo, o amor e o respeito entre os pais desde cedo, será uma criança mais calma e lavará esse amor e respeito que ela aprendeu em casa para às demais pessoas que encontrar no caminho de sua vida. Agora se a criança cresce num lar onde predomina a discussão, ódio e não tem oração, ela crescerá agitada e semeará o ódio aonde estiver.

    Os pais são aqueles que devem plantar a primeira semente do Santo Evangelho e fazer com que essa semente produza frutos, regando-a com o próprio testemunho. A semente plantada é a fé na vida dos filhos e os frutos são aquilo que os filhos produzirão durante a sua vida. E quem vai colher esses frutos são aqueles que convivem com os filhos, a família que eles no futuro também irão formar e continuar a passar esses valores que eles aprenderam dos pais durante a sua vida.

    É muito importante passarmos de geração a geração a fé católica para que a nossa fé que vem de séculos possa continuar a crescer cada vez mais. Para que aquilo que Jesus semeou no coração das pessoas quando esteve conosco possa continuar se propagando cada vez mais na vida das pessoas. Os valores que Ele ensinou quando esteve conosco deve continuar atuais nos dias de hoje. A importância da família, de sentar-se à mesa juntos, de rezar juntos em família e de praticar o diálogo. Esses ensinamentos de Jesus devem continuar presentes nos dias de hoje.

    Um outro valor importante que os pais podem passar para os seus filhos é em relação à preservação da família. Passar aos filhos o tempo certo de casar-se, ensinar a abertura ao dom da vida na geração da prole, serem fiéis um ao outro como cônjuges e jamais cometer aborto, já que isso é tentar contra a vida de um ser que ainda não pode nem se defender. Os pais devem passar aos filhos também o significado da verdadeira família constituída por Deus e que um casamento é para a vida toda. É algo sério e não uma brincadeira.

    “A família é importante para a pessoa e para a sociedade, é no âmbito da família que o homem recebe as primeiras noções do bem e da verdade, aprende a amar e ser amado e o significado de ser pessoa. De outro tanto, sem famílias fortes na comunhão e estáveis no seu compromisso, os povos se debilitam e é no seu âmbito que se dá a aprendizagem das responsabilidades sociais e da solidariedade”. (Cf Catecismo da Igreja Católica, 2224).

    Portanto, segundo o Catecismo da Igreja Católica a família é o bem mais precioso da sociedade e através dela podemos formar cidadãos responsáveis e felizes para o mundo. É baseado naquilo que os filhos aprenderam com seus pais em casa que levarão para a sua vida nos outros âmbitos da sociedade. A Igreja zela muito pela pastoral familiar que atua em prol das famílias formando cidadãos responsáveis para a vida do mundo, e deixando as famílias sólidas com base na Palavra de Deus.

    Eu desejo que os nossos pais ajudem os seus filhos a descobrirem o amor de Jesus! Isto vai torná-los fortes e corajosos. Os pais devem sentir-se sempre responsáveis pela educação dos seus filhos, sem se excluírem dessa natural vocação ilusoriamente pensado que essa tarefa seja somente espaço dos especialistas. Os pais devem ser pacientes. Tantas vezes não há nada a fazer senão esperar: rezar e esperar. Um verdadeiro pai de família sabe esperar e perdoar do fundo do coração, mas também sabe corrigir com firmeza quando é preciso. Por isso, sem a graça do Pai, os pais perdem a coragem. Os filhos precisam de um pai à espera quando retornam de alguma situação de insucesso. A Igreja está empenhada em apoiar a presença dos pais nas famílias, porque eles são protetores da fé na bondade, na justiça e na proteção de Deus, como São José.

    Foi Deus quem constituiu a família, é por meio do seu amor imbuído nos pais que temos como fruto o dom dos filhos. Muito mais do que um simples grupo de pessoas, unidas de qualquer forma e vivendo juntas, a família, o berço da humanidade, célula basilar da sociedade segundo o desejo do próprio Deus; é o fruto da união de um homem e de uma mulher, unidos pelo sacramento do Matrimônio e pelo amor para sempre, vivido  na fidelidade, na indissolubilidade e gerando os filhos de Deus e para Deus.

    Portanto vivamos esses valores na nossa vida e transmitamos os mesmos para os nossos filhos, ensinando a eles o amor a Deus e ao próximo e a importância de ter uma religião e continuar lançando os frutos na terra, para que dê sementes boas e a colheita possa ser cada vez mais proveitosa e abundante, gerando sempre frutos fecundos e fazendo com que a fé católica se difunda cada vez mais nas famílias.

    Neste segundo domingo de agosto, dia dos pais (mesmo sabendo que todos os dias são dias dos pais e das mães) que façamos, se a pandemia não permitir a presença física, um gesto concreto como um telefonema, uma chamada de vídeo ou mesmo uma fotografia ou um vídeo em homenagem aos nossos pais vivos, sem que também nos esqueçamos dos pais já falecidos, para os quais iremos celebrar uma missa especial, em sufrágio de suas almas, suplicando que do céu continuem intercedendo pelos seus filhos, netos e bisnetos que peregrinam neste mundo.

    Que a Sagrada Família de Nazaré seja um exemplo para todas as famílias e possa sempre nos abençoar cada vez mais, fortalecendo a nossa família no amor e no respeito mútuo. Amém.

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