Organizações lançam agenda para mobilizar no Brasil o Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa

Representantes das organizações na mesa de abertura. Foto: Comunicação CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação, em parceria com a Associação Nacional de Educação Católica (Anec), a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e o Movimento de Educação de Base (Meb) lançaram na tarde do dia 31 de janeiro, às 15h, na sede da entidade, em Brasília, o projeto “A Igreja no Brasil, com o Papa Francisco, pelo Pacto Educativo Global”.

Trata-se de uma iniciativa para somar-se ao esforço de “Reconstruir o Pacto Educativo Global” e celebrar os 5 anos da Encíclica Laudato Si’, convite lançado pelo Santo Padre em 12 de setembro de 2019. O novo “Pacto Global Educativo” vai ser celebrado, no Vaticano, no dia 14 de maio deste ano.

Em nome da presidência da CNBB, o arcebispo de Montes Claros (MG), dom João Justino de Medeiros Silva, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação e um dos coordenadores do projeto, acolheu os participantes dizendo ser uma alegria receber na sede da entidade educadores e educadoras portadores da esperança.

No lançamento, o arcebispo de Montes Claros apresentou a educação na perspectiva do Papa Francisco. O Papa, segundo dom João Justino, é um ícone da educação. “Esta dimensão não está apenas na experiência do Santo Padre como educador Jesuita mas também nos incontáveis pronunciamentos que ele fez sobre o tema”, disse.

Ideias do Papa Francisco para a Educação

Segundo dom João Justino, o Papa Francisco defende a necessidade de uma nova aliança a favor da educação traduzida no provérbio africano que afirma que “para educar uma criança é necessária uma aldeia inteira”, ideia força adotada na renovação do pacto pela educação. As propostas defendidas pelo Papa para a educação, segundo o arcebispo de Montes Claros, estão sintetizadas no parágrafo de número 222, da Exortação pós sinodal Christus Vivit:

“É importante ter presente alguns critérios inspiradores, indicados na Constituição Apostólica Veritatis gaudium em ordem a uma renovação e relançamento das escolas e universidades ‘em saída’ missionária, tais como a experiência do querigma, o diálogo a todos os níveis, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, a promoção da cultura do encontro, a necessidade urgente de «criar rede» e a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e abandona; e também a capacidade de integrar os saberes da cabeça, do coração e das mãos”.

Educadora popular do Meb

Educadora popular do Meb em Brasília (DF), Maristela Ferrari. Foto: Comunicação CNBB

Segundo a educadora popular do Meb em Brasília (DF), Maristela Ferrai, as propostas do Papa vem ao encontro do trabalho da organização de criar as aldeias educativas e reforça a ideia de uma educação transformadora buscada pelo movimento.

Presente no lançamento representando a Frente Parlamentar Mista de Educação do Congresso Nacional, o deputado federal Israel Mota Batista afirmou que o convite do Papa Francisco para a renovação do Pacto Educativo Global está em sintonia com a estratégia de trabalho traçada pela Frente de buscar uma experiência educativa focada na possibilidade do encontro, do entendimento e do diálogo entre as pessoas.

“Estamos trabalhando para focar no pontos comuns que aproximam as pessoas em torno de um projeto de educação”, disse.  O deputado colocou a Frente à disposição para realizar, no Congresso Nacional, o debate e a apresentação das propostas do Papa Francisco, de quem se confessou admirador, sobre o pacto educativo global.

O padre Júlio César Evangelista Resende, assessor do Setor de Educação da Comissão Cultura e Educação da CNBB, apresentou os elementos que compõem o pano de fundo que motivou a iniciativa Papa. Uma delas foi a necessidade de retomar o investimento em um amadurecimento humano para passar de uma cultura da indiferença para o encontro e a compreensão de uma ecologia integral, princípios defendidos na Encíclica Laudato Si’.

O assessor da Comissão afirmou que instituições do campo da educação, entre elas, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), indicaram que a humanidade carece de “uma autoridade moral” capaz de liderar uma aliança mundial pela educação e que o Papa é um líder agregador e capaz de liderar tal iniciativa.

A irmã Adair Aparecida Sberga, vice-presidente da Anec, apresentou o subsídio “A Igreja no Brasil, com o Papa Francisco, no Pacto Educativo Global”, no qual constam o calendário de eventos, as estratégias e ações que integram o itinerário de vivência da renovação do pacto no país até a sua celebração em 14 de maio no Vaticano. O subsídio com orientações gerais sobre o pacto podem ser baixado aqui: A Igreja no Brasil, com o Papa Francisco, no Pacto Educativo Global”.

Participaram do lançamento cerca de 90 pessoas, entre educadores populares do Movimento de Educação de Base (MEB), diretores de escolas e universidades católicas, os bispos e assessores que integram a Comissão de Cultura e Educação da CNBB. Da mesa de abertura, participaram também a irmã Maria Inês Vieira, presidente nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e o professor Deivid Lorenzo de Carvalho, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos (SBCC) e coordenador do Curso de Direito da Universidade Católica de Salvador (BA).

As iniciativas globais podem ser acompanhadas no site: www.educationglobalcompact.org

No Brasil, para compartilhar ações do pacto será usada a hashtag: #PactoEducativoGlobalnoBrasil

Adolescentes do Centro Socioeducativo Santo Anibal Maria se apresentaram no evento. Foto: Comunicação CNBB

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