Catedral de São Pedro de Alcântara, Petrópolis, RJ,
D12 de abril de 2025.
Caríssimos irmãos e irmãs, é uma alegria muito grande ver essa beleza da vitalidade da Igreja na sucessão apostólica, na unidade com o Santo Padre, o amado Papa Francisco. Acabamos de ouvir justamente o decreto do Núncio Apostólico, falando da licença para proceder a ordenação episcopal, considerando que as letras apostólicas da bula de nomeação do Monsenhor José Maria Pereira ainda não chegaram, com este Decreto podemos proceder a ordenação episcopal, por isso que nós hoje estamos aqui para ordená-lo bispo.
Os bispos estão aqui presentes nessa comunhão, junto com sacerdotes, diáconos, religiosos, povo de Deus, familiares, amigos que aqui vieram, e aqueles que nos veem e ouvem pelos meios de comunicação. Essa beleza da sucessão apostólica nos remete aos apóstolos, aos doze apóstolos, e que nós sabemos, caríssimos irmãos e irmãs, que tem essa sequência através dos séculos.
Hoje mesmo, o báculo utilizado, do primeiro bispo de Petrópolis, Dom Manuel Pedro da Cunha Cintra, tem mais de 77 anos, lembrando bem essa sucessão que vai acontecendo e que faz parte da nossa identidade católica. A sucessão que vem desde os primeiros discípulos de Jesus, passando por toda a história e chegando até nós hoje.
Hoje, como um dia eu fui ordenado bispo, também tem toda a genealogia daqueles que me ordenaram, os meus antepassados bispos. Hoje tenho a alegria de poder ordenar o Monsenhor José Maria Pereira, bendizendo a Deus também pela Diocese de Petrópolis, que entrega à Igreja esse seu filho para o serviço episcopal. É um serviço para toda a Igreja, mas que irá desempenhar na cidade e Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro os trabalhos e a missão, que realmente sabemos que são muitas.
A Palavra de Deus de hoje, que foi escolhida para a celebração, nos fala justamente daquele que o Senhor pede: “A quem enviarei?” e a resposta: “Eis-me aqui, envia-me”. Pede para evangelizar e para servir. São os três temas das três leituras: o colocar-se à disposição, a evangelização, como na carta de Paulo, e o serviço que aparece no Evangelho.
Monsenhor José Maria Pereira escolheu justamente como lema episcopal o serviço: “Venho para servir”, “Veni ministrare” – Mc 10,45 –, que reflete a liturgia desta manhã aqui em Petrópolis e está em sintonia com aquilo que o Papa Francisco sempre vem nos dizendo, falando para nós, bispos, da importância de tomar consciência de que a missão episcopal é um serviço. É uma missão que recebemos para cuidar do povo de Deus com o exemplo, com a presença e, também, para ensinar e caminhar com o povo, para que todos sejam cada vez mais aqueles que buscam a santidade.
É nesse espírito que nós nos reunimos aqui nesta manhã, para tomarmos consciência e, ao mesmo tempo, rezarmos por ele, que assume e já disse seu sim. Sua disposição de servir foi desde o primeiro momento, quando lhe foi perguntado se aceitava o episcopado, e ele se colocou a serviço. Mostrou-se disponível, assim como já havia mostrado em sua vida passada, em seus diversos trabalhos, serviços e missões aqui na Diocese de Petrópolis, onde tem uma presença muito marcante na vida de tantas pessoas.
Agora, ele continua com esse sinal, servindo à Igreja. Claro, com uma missão no Rio de Janeiro, mas sempre ligado de coração à sua querida Remédios, onde nasceu, e também a Petrópolis, onde caminhou e viveu sua vida de padre e todos os serviços diocesanos e paroquiais.
É importante ver essa beleza da sucessão apostólica que vai acontecendo, e que Deus, ao mesmo tempo, vai se utilizando de pessoas para levar adiante a missão. Lembrando aquilo que ouvimos na segunda leitura: o anúncio do querigma, o anúncio do evangelho, a missão de evangelizar.
Essa consciência cada vez maior de que somos chamados a anunciar Jesus Cristo, nosso Senhor. Agora nos aproximamos da Semana Santa, para celebrar sua morte, sepultamento e ressurreição — o cume do ano litúrgico. Ele é aquele que anunciamos, e essa é a grande missão do episcopado: colocar-se a serviço, servindo ao povo de Deus e anunciando a boa nova para todos, respondendo com generosidade: “Eis-me aqui, envia-me “.
Com Monsenhor José Maria Pereira foi exatamente isso: o Senhor o escolheu para essa missão. Agradecemos muito a Deus pela sua vida e missão. Não faltarão oportunidades de evangelizar, de anunciar o Evangelho, de colocar-se a serviço.
De certa forma, quando somos ordenados sacerdotes, sabemos que nossa vida já não nos pertence — ela pertence ao povo de Deus. E quando ordenados bispos, isso se acentua ainda mais. A vida não é mais nossa, mas é para servir ao povo, colocar-se a serviço dia e noite, levar adiante a grande missão evangelizadora, levar a graça de Deus, celebrando os sacramentos e anunciando-os ao povo que tanto necessita.
Por isso, nessa unidade com o Santo Padre, o Papa Francisco, e em comunhão com todo o colégio apostólico, testemunhamos esse belo momento. Que possamos continuar ainda mais anunciando Jesus Cristo, agradecendo pela vitalidade da Igreja e pedindo a Deus para que aquele que foi escolhido nessa Igreja de Petrópolis, para o serviço como bispo, possa continuar executando, vivenciando, celebrando e testemunhando aquele que deu a sua própria vida: Jesus Cristo, nosso Senhor.
Que ele se coloque a serviço com alegria, generosidade e disponibilidade. É uma alegria ter aqui sua querida mãe e seus familiares, testemunhas de toda a sua vida, desde o nascimento até hoje. Pedimos a Deus, que possamos enxergar com os olhos da fé este momento em que o Santo Padre escolheu e chamou para o episcopado este nosso irmão, e que agora o envia em nome do Senhor para servir a Igreja como bispo.
Somos todos chamados, portanto, na alegria do querigma, do anúncio da boa notícia, a ver essa como nossa grande missão — missão que ele também assumiu em sua vida, e para a qual ele viveu, vive e continuará vivendo em sua caminhada. Agradecemos a Deus por sua vida e pela missão que já desempenhou e ainda desempenhará entre nós.
