Ó Senhor, vós sois bom, sois clemente e fiel

     (Sl 85-86)

    16º Domingo do Tempo Comum

    Celebramos neste domingo, o décimo sexto desse Tempo Comum. Ao longo do Tempo Comum, seguimos os passos de Jesus rumo a Jerusalém celeste. Ouvindo os ensinamentos de Jesus, somos convidados a anunciar e a vivenciar o Reino de Deus aqui na terra, para depois viver de maneira plena no céu. Somos peregrinos aqui na terra — a nossa vida aqui é passageira, devemos almejar a vida eterna.

    A liturgia de hoje fala a respeito do Reino de Deus, que não vem de forma ostensiva e nem faz barulho, mas o Reino de Deus se expande em silêncio. Não precisamos fazer barulho para anunciá-lo, mas é no silêncio que fazemos com que ele aconteça. O Reino de Deus crescerá a partir de nossas atitudes, ou seja, respeitando o próximo, praticando a caridade, trilhando o caminho da justiça e passando a Palavra de Deus para os nossos vizinhos, amigos e familiares.

    Pelo terceiro ano hoje é celebrado o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos. O Dia dos Avós, pelo calendário civil, é celebrado em 26 de julho, que é o dia de Sant’Ana e São Joaquim, avós de Jesus. Em 2013 o Papa comemorou esse dia aqui no Rio de Janeiro, com uma profunda reflexão no ângelus realizado na sacada do São Joaquim aqui no Rio de Janeiro.  Há 3 anos o Papa Francisco instituiu no quarto domingo de julho como data para a celebração do Dia Mundial dos Avós e Idosos. Aproveitemos essa celebração para rezar por todos os idosos, para que sejam respeitados por seus filhos, netos e bisnetos. Que, após uma vida longa e com seus cabelos brancos, os avós e idosos sejam respeitados em sua dignidade.

    Em sua mensagem assim o Papa escolheu o tema e iniciou a reflexão: “De geração em geração, a sua misericórdia» (cf. Lc 1, 50): assim reza o tema do III Dia Mundial dos Avós e dos Idosos. O tema leva-nos a um encontro abençoado: o encontro entre Maria, jovem, e sua parente Isabel, idosa (cf. Lc 1, 39-56). Esta, cheia de Espírito Santo, dirige à Mãe de Deus palavras que, dois milénios depois, cadenciam a nossa oração diária: «Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre» (1, 42). E o Espírito Santo, que já tinha descido sobre Maria, sugere-Lhe como resposta o Magnificat, onde proclama que a misericórdia do Senhor se estende de geração em geração. O Espírito Santo abençoa e acompanha todo o encontro fecundo entre gerações diversas, entre avós e netos, entre jovens e idosos. De facto, Deus quer que os jovens, como fez Maria com Isabel, alegrem os corações dos anciãos e extraiam sabedoria das suas experiências. Mas o primeiro desejo do Senhor é que não deixemos sozinhos os idosos, que não os abandonemos à margem da vida, como hoje, infelizmente, acontece com demasiada frequência.”

    A oração da coleta da missa deste 16º domingo diz que devemos pedir ao Senhor que nos encha de fé, esperança e caridade e, dessa forma, guardemos fielmente os mandamentos do Senhor. Tudo isso é dom de Deus concedido a nós e a maneira de corresponder a essa graça de Deus por nós é guardando os seus mandamentos.

    A primeira leitura da missa deste domingo é do livro da Sabedoria (Sb 12, 13. 16 -19). Esse trecho do livro da Sabedoria fala a respeito da grandeza de Deus e que não há outro deus maior do que o nosso Deus que criou tudo o que existe, que nos julga com justiça e que ensina a seguir os seus caminhos. Esse Deus não nos castiga e perdoa todas as nossas as faltas. Ele nos ama infinitamente e nos ensina o caminho do amor.

    O livro da Sabedoria fala dessa forma a respeito de Deus, porque o povo de Deus era um povo de cabeça dura e acabava adorando outros “deuses” que não era o verdadeiro Deus de Israel, que os libertou da escravidão no Egito. O Deus de Israel é aquele que salvaria todo o povo e não os “deuses” que eles criavam para si. Era o desejo de Deus edificar o Reino de Deus aqui na terra para que, depois, todo o povo pudesse contemplá-lo de maneira plena no céu.

    O salmo responsorial é o 85 (86). O salmo diz em seu refrão: “Ó Senhor, vós sois bom, sois clemente e fiel”. Nesse salmo, o salmista reconhece a grandeza de Deus e como esse Deus salvou o povo do Egito e os conduziu a terra prometida. O Senhor é bondoso e fiel para sempre e não há outro além Dele.

    A segunda leitura é da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm 8, 26-27). Paulo continua aprofundando sobre a ação do Espírito Santo na vida de cada cristão e que devemos trilhar a nossa vida segundo a orientação do mesmo Espírito, pois se nos orientarmos pelas ações da carne, cairemos no pecado. O Espírito Santo vem em socorro da nossa fraqueza e é por meio da ação do Espírito Santo que os nossos pecados são perdoados.

    O Evangelho deste domingo é de Mateus (Mt 13, 24-43). Continuao sermão em parábolas a respeito do Reino de Deus. Depois de falar e explicar sobre o joio e o trigo, o texto diz que o Reino de Deus pode ser comparado com uma semente de mostarda. Ela é a menor de todas as sementes, mas depois de jogada na terra e adubada, cresce abundantemente. O Reino de Deus não cresce fazendo barulho, mas no silêncio. Depois uma bela reflexão sobre o fermento na massa. Temas muito importantes e que podem ser aprofundados.

    A semente do Reino de Deus é lançada na terra e cabe a cada um de nós colher os frutos desse reino. Os frutos do Reino de Deus são: bondade, mansidão, amor, paz e justiça. Para isso não é preciso fazer barulho, mas tudo isso se constrói no silêncio. Para que o Reino de Deus se edifique é preciso que as sementes caiam em “terra boa” e não em terreno “pedregoso”. O terreno em que a semente do Reino de Deus é lançada é o nosso coração. Para que o Reino de Deus produza os frutos, é necessário que a “terra” do nosso coração esteja limpa e que não tenha espinhos e nem pedregulhos que impeçam a semente do reino crescer e gerar frutos.

    A semente do Reino de Deus é lançada em nosso coração todas as vezes que participamos da Santa Missa. Se participarmos da missa inteiramente, ou seja, deixando as preocupações mundanas do lado de fora e nos concentrarmos na celebração, a Palavra de Deus fará morada em nosso coração, e a semente do Reino produzirá frutos. Agora, se durante a celebração da missa deixamos com que as preocupações do mundo nos atrapalhem e não ficarmos focados na celebração, a semente do reino caíra em terreno pedregoso e não produzirá os seus frutos.

    Com o convite da celebração de hoje, façamos com que o Reino de Deus cresça e produza frutos em nossa vida. Abramos o nosso coração para que as pequenas sementes brotem e cresçam e não nos aflijamos com o oio eu cresce ao redor, pois no final dos tempos tudo se esclarecerá. A edificação do Reino de Deus não precisa de barulho, mas nós podemos ser o “adubo” que vai fortificar a semente da palavra lançada no coração do próximo. Vivamos o reino de Deus aqui na terra, para vivenciá-lo de maneira plena no céu.

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