O Senhor está no meio de nós!

    Eis que vos anuncio uma grande alegria: nasceu para nós Aquele que é a luz que ilumina as trevas do mundo, e Ele veio para salvar a todos do pecado e do mal. Veio para ser o caminho novo, tecido na obediência à vontade do Pai que nos quer todos santos.
    Por isso, a volta do ano trouxe-nos a santa celebração do Natal do Senhor Nosso Jesus Cristo. Historicamente, o natalício do Cristo, nosso Deus, ocorreu há mais de dois mil anos; no entanto, na potência do Santo Espírito, o Natal acontece hoje misticamente nos santos mistérios que celebramos com piedade e unção. Cada um de nós que participa desta celebração sagrada conserve no coração essa certeza: nos gestos, nas palavras, nos ritos da Santa Liturgia, a graça do santo Natal do Senhor faz-se realmente presente e verdadeiramente inunda a nossa vida! Para nós, aqui reunidos, o Natal é hoje, o Natal é agora. Aquele que veio e que virá, vem hoje para nós!
    O Evangelho nos anuncia: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós!” Em outras palavras: o Filho eterno do Pai, Luz gerada da Luz, Deus verdadeiro gerado eternamente do Deus verdadeiro, para salvar o mundo com a sua piedosa vinda, hoje nasceu homem verdadeiro, homem entre os homens, de Maria, a Virgem!
    O Menino que nasceu para nós, o filho que nos foi dado é Deus perfeito, é o Filho eterno, através de quem e para quem tudo foi criado no céu e na terra. Ele não é uma pessoa humana; é uma Pessoa divina, a segunda da Trindade. Este menininho é adorável: deve receber toda nossa adoração, todo o nosso louvor, todo o nosso afeto. No entanto, sendo Deus perfeito, hoje, ele saiu do seio da Sempre Virgem Maria como verdadeiro homem, homem perfeito, com um corpo igual ao nosso, com uma alma igual à nossa, com uma vida para viver igual à nossa pobre existência!
    Esta Solenidade nos recorda que a humanidade precisa de um Salvador – e esse Salvador é Jesus, nosso Senhor! Ele é a nossa única Verdade, ele, o nosso único Caminho, ele, a verdadeira Vida! Não queremos outros mestres, não admitiremos outros senhores, não buscaremos outras verdades. Mais que nunca, nesta quadra tão difícil da história, quando o cristianismo e a Igreja de Cristo são tão caluniados e perseguidos, tão denegridos de tantas formas e, em especial, pelos meios de comunicação, hoje, quando ser cristão tem se tornado motivo de chacota e mangação, queremos, uma vez mais, e com todas as nossas forças, proclamar nossa total e incondicional adesão ao nosso Deus e Senhor Jesus Cristo.
    O Deus eterno e invisível torna-se visível no rosto da criança enfaixada e reclinada sobre as palhas da manjedoura! Era um abrigo para animais! O Menino nasceu como nasciam os pobres. “E o Verbo de Deus se fez carne e veio habitar entre nós!” Não nasceu na cidade e nem no palácio real!  Nasceu num abrigo de animais, pobre como os pobres da região, e recebe a visita de pastores, pobres excluídos da sociedade, inclusive, por causa de sua vida não muito correta!
    Nasce pobre e entre pobres, mas é o Salvador e o Senhor! Este anúncio feito pelo anjo é a “Boa Nova, o Evangelho da alegria!” Deus se compadeceu da humanidade e decidiu salvá-la; por isso, os anjos cantam: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz aos homens a quem Deus quer muito bem!” Hoje, recebemos a “Boa Nova” do amor divino, somos amados por Deus que quer salvar-nos! Natal é a alegria da salvação, especialmente para os pequenos e sofridos deste mundo. Isto foi dito no passado, mas Deus o torna presente e personalizado mediante a celebração litúrgica do Natal.
    Os pastores tiveram a decisão de ir até Belém. “Vamos a Belém ver este acontecimento que o Senhor nos revelou”! Para ver Jesus é necessário deslocar-se do nosso comodismo para Belém, para a periferia… Lá encontraremos Jesus, o Salvador! Onde estaria, hoje, situada a cidade de Belém? Certamente nas periferias existenciais das nossas cidades onde moram “os pastores” excluídos do bem-estar do consumismo. Mas ninguém se considere excluído da alegria natalina, pois Jesus nasceu por nós todos, pecadores, necessitados de sua graça e de sua vida divina.
    Quero, neste Ano da Misericórdia, levar o meu abraço afetuoso a tantos quantos, nas manjedouras espalhadas pelas periferias existenciais de nossa grande metrópole, precisam do carinho misericordioso de Deus, que Se fez homem pobre, humilde para nos salvar. Recebam, todos vocês, meu afeto e a minha proximidade nesta noite santa e neste dia abençoado. Vivamos intensamente a misericórdia!
    Quantos motivos para nossa alegria, quantos para nosso júbilo! Que pessoalmente e em família, celebremos de modo santo e devoto a Vinda do Nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo, a quem seja dada a glória com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém!

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