O que o esporte e a oração têm em comum?

Muito mais do que você poderia imaginar!

O esporte está para a nossa vida física, assim como a oração está para a nossa vida espiritual. O ar fresco, o suor e o sol nos levam a uma certa comunhão com a criação. O corpo é submetido a uma disciplina rítmica. Como os animais, o corpo confronta e supera o frio, a chuva e o vento, e participa do movimento da natureza.

A oração é, por si própria, uma união com o louvor perpétuo, a homenagem constante que a natureza dá a Deus, seu autor e criador. Os gregos intuíram essa conexão e as Olimpíadas foram uma cerimônia sagrada em honra dos deuses.

O esporte é único, pois seu objetivo fundamental (e quase exclusivo) é aperfeiçoar o corpo. Com infinitas possibilidades, os benefícios que o esporte traz são múltiplos: resistência, força de vontade, velocidade. E esses benefícios são transmitidos para outras atividades, como a atividade intelectual. Tudo fica mais fácil quando o corpo está preparado para responder às demandas.

Da mesma forma, a oração é uma atividade intelectual que está fundamentalmente orientada para a melhoria da “capacidade espiritual” daquele que reza. Na verdade, quando lemos uma grande literatura, ouvimos uma música magistral ou contemplamos a beleza da arte, o espírito se eleva … mas é “distraído” pelos ornamentos, por assim dizer, das obras do artista, e não pelo próprio artista. Na oração, por outro lado, nos voltamos diretamente para Deus, o Altíssimo e o Maior, e os efeitos dessa comunhão se refletem no mundo material.

O termo “exercício, do latim exercitus, está etimologicamente relacionado com as palavras “soldados” e “treinamento”. Os romanos foram encorajados a estarem aptos, sempre prontos para liderar uma tropa de combate. Isso se reflete na crítica de Cícero ao governo corrupto de Gaius Verres: que ele foi levado em um assento para seu exercício matinal, mostrando seu caráter decadente e hedonista.

O cristão é também um soldado. Um soldado que deve estar sempre preparado para participar quando uma batalha espiritual se apresenta. Ele deve estar ainda mais em guarda do que o soldado romano, pronto para quando uma conversa com amigos se transforma em fofoca, quando uma blasfêmia é usada como um insulto, quando uma alma procura uma resposta e, sobretudo, quando a dúvida e a tentação assaltarem a própria alma.

Quem não reza é como o Verres: decadente, dando por certo as riquezas de seu Batismo, mas perdendo-as por falta de atenção e cuidado.

 

Fonte: Aleteia

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