Os tessalonicenses são chamados de Igreja e essa palavra significa uma comunidade organizada e unida em torno de objetivos claros e de lutas específicas.
A comunidade de Tessalônica se organizou a partir da catequese fundamental de Paulo e seus companheiros. O centro de sua organização é o projeto de Deus manifestado na pessoa de Jesus morto e ressuscitado, É por isso que Paulo chama os tessalonicenses de “Igreja em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo”, desejando-lhes graça e paz, isto é, a plenitude da presença de Deus que gera vida em abundância para o povo. Os lideres dessa comunidade são o Pai e o Filho Jesus, proclamado Senhor em oposição a César, que se faz passar por Deus.
Os versículos de 2 a 4 fazem parte de uma ação de graças. É o modo como Paulo começa a maioria de suas cartas. Descobrimos que ele agradece a Deus a fé, o amor e a esperança dos tessalonicenses. Encontramos aí a síntese da vida cristã. Em primeiro lugar, a fé que é fundamentalmente a adesão a Jesus morto e ressuscitado. A seguir, vem o amor, que é a forma como a fé se traduz na vida de uma comunidade: ela gera novas relações entre as pessoas e essas relações têm como eixo o amor, que transforma a realidade. Por fim, vem a esperança, que não fecha a comunidade em si mesma, mas projeta-a no horizonte da história, ao encontro da realização plena do projeto de Deus. A esperança é a mística que anima a caminhada dos tessalonicenses e de todas as comunidades.
O último versículo da leitura deste domingo fala da presença do Espírito que anima a catequese e o progresso da evangelização. Para Paulo, é evidente que o Espírito Santo vai conduzindo a evangelização, sensibilizando as pessoas e dando credibilidade à palavra de quem, à primeira vista, não merecia consideração. É o Espírito quem dá força e eficácia ao Evangelho.