O cavalheirismo e os meninos de hoje, a geração millennial

Por que estou ajudando meus filhos a abraçarem a arte do cavalheirismo

Ontem à noite cheguei em casa com meu filho de 8 anos – nossos braços cheios de mantimentos – quando ele abriu a porta e proclamou: primeiro as damas. Naquele instante ele me deu um vislumbre do homem que estamos tentando preparar para o futuro, e eu não poderia ficar mais feliz.

Foi um daqueles bonitos – embora raros – momentos de mãe em que você sente que fez algo. Infelizmente, no meu caso, este eufórico momento-mãe durou apenas dois minutos. Um flash trouxe-me de volta à terra: recordei-me do recente episódio em que meu filho de 10 anos, cansado após a aula de educação física, queixou-se em voz alta de ter de se levantar para dar lugar a uma senhora idosa no metrô. Há ainda algum trabalho a ser feito, pensei. Os bons modos são o que fazem nascer um homem e eu, como mãe, tenho uma enorme responsabilidade em ajudar a tornar esse homem.

Mas eu gostaria de ir um pouco além. Quero que meus mini-homens se tornem cavalheiros, o que é uma distinção muito importante.

Isso pode parecer um pouco antiquado em uma sociedade moderna, onde estamos constantemente lutando pela igualdade entre os sexos. Mas eu não me sentiria menos igual ou enfraquecida se um homem me oferecesse seu assento; eu me sentiria tocada por uma ação atenciosa. Ceder o lugar para uma mulher, ou para alguém com necessidade, é um gesto generoso que eu gostaria que meus filhos fizessem para mim. Então por que não deveriam fazê-lo para os outros? Estou tentando ensiná-los a refletir sobre o que eu aprecio. E como eles ainda não são completamente adolescentes, quem sabe se importem mais tarde.

A razão pela qual eu também sou insistente em propor um nível moderado de bons costumes em meus filhos é que eu admiro o que a verdadeira arte da cavalaria representa. Embora ela se origine nos tempos medievais, de acordo com o site Chivalry Now , aderindo a este código de conduta “os homens são chamados a ser sinceros, leais, corteses com os outros, companheiros para as mulheres, defensores da justiça e defensores dos mais frágeis . Também se espera que eles evitem escândalos”. Como não apreciar isso?

Este código favorece que o cavalheirismo desempenhe um charmoso papel entre homens e mulheres, especialmente como auxiliar no namoro, por exemplo. Ele ajuda no estabelecimento do contato inicial entre duas pessoas, normalmente envolvendo contato com os olhos, e muitas vezes um sorriso – o suficiente para fazer vibrar o coração de uma garota. No entanto, estou ciente de que estamos no século XXI. Não esperamos cavaleiros com armadura brilhantes colocando suas capas sobre poças.

Apesar disso, há os antigos clássicos que eu realmente aprecio, como, em um encontro à noite, quando meu marido abre a porta do carro para mim, não porque sou incapaz, mas porque isso me dá alguns segundos extras para retocar o batom. Um dos meus favoritos é ver meu marido me dar seu casaco quando saímos de um restaurante sob a brisa da noite. E o clássico ato de cavalheirismo moderno: se tem apenas um carregador de celular, meu telefone tem prioridade. Estes gestos simples tornam o meu marido ainda mais o meu próprio príncipe encantado.

Infelizmente hoje em dia os homens acham mais difícil ser cavalheiros, com medo de uma suposta reação negativa. Mas o cavalheirismo é uma habilidade valorizada, mesmo que nas entrelinhas. Para despertar verdadeiros cavalheiros, como pais, devemos ensinar e incentivar os filhos nessa conduta. Em contrapartida, estamos ensinando nossa filha a aceitar graciosamente atos de cavalheirismo como atos de bondade que em sua essência devem ser.

Cerith Gardiner nasceu em Londres e foi viver em Paris por 14 anos. Ela gasta seu tempo de trabalho como consultora de Inglês, atuando como motorista para seus quatro filhos.

Fonte: Aleteia

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