Não sejas soberbo

    Quem pode se vangloriar diante de Deus de que é justo? O fariseu da parábola o faz sem nenhum escrúpulo. Não se acanha de dar graças a Deus porque não é igual aos outros. Sente-se diferente por pertencer a uma classe melhor e mais alta. Sente-se justificado porque jejua duas vezes por semana e paga o dízimo de tudo o que tem. Dito em palavras do nosso tempo, porque vai pontualmente à Missa todos os domingos e contribui generosamente com a sua Igreja(é claro que colocando seu nome no donativo para que todos saibam quem o deu). Ou porque cumpre com todas as normas da Igreja. Não importa o coração. O que lhe importa é que externamente, cumpre com as leis. É oficialmente um bom fiel.
    O publicano se situa no lado oposto. Oficialmente, é um pecador e todo mundo sabe disso. Nada tem para apresentar a Deus basta lembrar como as pessoas o veem para imaginar como Deus também o vê. Mas vai ao templo. Ele sabe que é um pecador e a única coisa que faz é pedir a Deus que tenha compaixão dele.
    Mas, como diz a primeira leitura do trigésimo domingo do Tempo Comum(1ª Leitura – Eclo 35,15b-17.20-22a (gr. 12-14.16-18) , a oração dos pobres, dos oprimidos, dos órfãos e das viúvas, daqueles que nada têm, é igual a um grito que sobe até o céu atravessando as nuvens, chegando a Deus. Aqueles que não têm nada não podem fazer outra coisa que confiar na justiça de Deus, porque a justiça dos homens os abandonou.
    É que nosso Deus está do lado dos pobres e daqueles que sofrem. Diante dos juízes deste mundo – e, juízes todos somos quando opinamos e julgamos nossos irmãos e irmãs – que estão acostumados a ouvir com maior facilidade aqueles que falam mais alto, que têm mais dinheiro ou mais poder e desprezam – desprezamos – aqueles que nada têm. Deus, o Deus de Jesus, se coloca ao lado dos pobres, compreende sua situação, sofre com eles e zela por seu bem.
    Na comunidade de Jesus, todos somos irmãos. Estamos, todos, protegidos pelo imenso amor de Deus. Não há razão para desprezar ninguém. Se alguém deve ter um lugar privilegiado, este é o pobre, o marginalizado, aquele a quem coube a pior parte nesta vida. Quem somos nós para julgar alguém, para entrar em seu coração e dizer que é mau?

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