Não deixe morrer a profecia

    Deus, Nosso Senhor, neste ano de 2020, quer contar com nosso empenho e fidelidade para seu projeto de amor, e também com nossa atenção na administração de nossos dons e talentos, para que produzamos muitos e bons frutos. Ele, através da sua Igreja, espera muito de nós, membros, começando por aqueles que têm altas funções, além de vida interior, despojamento e sensibilidade, ao olhar o contraditório mundo dos seres humanos, percebendo o que é essencial e o que dá sentido à existência humana.

    Não devemos procurá-lo lá fora, mas a partir do silêncio interior, porque, sem este, tudo se torna barulhento e vazio, não nos permitindo separar o verdadeiro do não verdadeiro. Inseridos em incontáveis sinais paradoxais, tomemos, como algo vital, nossa proximidade com a profecia de Dom Helder: “Quando houver contraste entre a tua alegria e um céu cinzento, ou entre a tua tristeza e um céu em festa, bendiz o desencontro, que é um aviso divino de que o mundo não começa e nem acaba em ti”. Que possamos nos agarrar à mística e consequente aventura da esperança cristã.

    “Silêncio” gira em torno do contexto encantador e admirável da criação, na compreensão do que encontramos de belo e sagrado em São Francisco, “il poverello di Assisi”, ao chamar de irmãos e irmãs tudo o que existe, e com a maior ternura, começando pelo Sol, continuando pela Lua, as estrelas, os animais e as plantas! Precisamos, de verdade, aprender com o Servo de Deus, Dom Helder Câmara, grande dom e herança de todos nós, ao voltar-se para o povo brasileiro, quando por ocasião das visitas de seus amigos e admiradores, implorando: “Não deixe morrer a profecia”.

    Nós, seguidores de Jesus de Nazaré, afastados dos pecados do medo, da inércia e do não arriscar, saibamos escutar o silêncio de Deus em meio à dor e à angústia humanas. Seria a melhor maneira de compreender e interiorizar o que o referido silêncio significa para nós, numa atitude interior, com o mesmo clamor, a pedir coragem, indispensável na caminhada. O exemplo e o rigor do artífice da não violência foram anunciados e ensinados na mais elevada esperança: “Um mundo melhor é possível”. Assim seja!

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