Na guerra contra a pobreza, duchas para crianças pobres e “farmácia de rua” em Roma

Os projetos estão sendo inaugurados nesta semana e ganham o apoio da Esmolaria Apostólica, departamento da Santa Sé que pratica a caridade em prol dos pobres e em nome do Papa Francisco. O projeto-piloto das duchas será aberto nesta quinta (18) e a farmácia foi inaugurada na terça (16): em um ano de experimento foram recolhidos e doados quase 9 mil medicamentos a 15 mil pobres.

Alessandro Di Bussolo, Andressa Collet – Cidade do Vaticano

“Estamos em guerra contra a pobreza”, afirma Lucia Ercoli, presidente de uma associação italiana de médicos voluntários chamada Medicina Solidária. A entidade administra 6 consultórios itinerantes que atendem os marginalizados de Roma, com o suporte da Esmolaria Apostólica, departamento da Santa Sé que pratica a caridade em prol dos pobres e em nome do Papa Francisco.

Um banho de solidariedade para as crianças

A presidente Lucia conta que no Tor Bella Monaca, um bairro considerado símbolo da periferia romana com 30 mil habitantes, eles têm visitado crianças com muitas feridas porque há meses dormem em vans e não conseguem se lavar. Uma das iniciativas da associação para amenizar essa realidade será a inauguração de um projeto-piloto nesta quinta-feira (18) que irá disponibilizar duchas para o banho das crianças de rua. Um centro para a infância do Instituto Salesiano irá disponibilizar o espaço.

O tratamento médico que bate à porta

Já na terça-feira (16), foi inaugurada oficialmente a “farmácia de rua”. Em um ano de experimento, através do Banco Farmacêutico, foram recolhidos e doados quase 9 mil medicamentos, no valor de 88 mil euros, destinados a 15 mil doentes pobres. Entre esse montante de remédios estão sobretudo analgésicos e anti-inflamatórios, mas também medicamentos para tratar doenças crônicas.

A médica Lucia comenta que o “Serviço Sanitário Nacional faz muito, mas não é suficiente, porque não se pode dar alta aos doentes nos hospitais com uma prescrição de remédios, sabendo que nunca poderão pagá-los. É contrário à Constituição Italiana, é como mostrar água a quem tem sede”, finaliza a presidente da associação.

Já o presidente do Banco Farmacêutico, Sergio Daniotti, explica que eles são uma ponte entre a indústria farmacêutica e as entidades próximas aos pobres e necessitados. “Gostamos muito desse projeto porque podemos pedir em modo específico às empresas os medicamentos de que se precisa em determinados momentos. Nós não pedimos mais às empresas de nos doar aquilo que não querem desperdiçar, como normalmente fazemos, mas pedimos uma doação específica para as pessoas que precisam. Acreditamos que essa seja uma maneira para ‘fazer bem o bem’, como nos convida também o Papa Francisco”, conclui.

O novo serviço, ativo sempre aos sábados pela manhã, acontece num ambulatório itinerante que fica na sede dos Voluntários da Prisão Regina Coeli, em Roma. O projeto, além do apoio da Esmolaria Apostólica, conta com a colaboração de empresas farmacêuticas e associações, como Medicina Solidária, Assogenéricos, Banco Farmacêutico e Federação da Ordem dos Farmacêuticos Italianos.

Veja as imagens da inauguração da farmácia de rua

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