Mulher que encantou o mundo

    Pe Geovane Saraiva

    Santa Teresa de Jesus, religiosa carmelita espanhola (1515-1582), marcou uma época, sobretudo, por sua talentosa sabedoria e inteligência, identificada e configurada com Jesus de Nazaré. Por uma vida de oração e por oferecer um dadivoso e restaurador banho à humanidade, legado espiritual com marcas de graças e bênçãos para a nossa civilização cristã. Igualmente, consciente de que a oração é o bem maior e a porta de entrada para a perfeição, bem como todo progresso na vida espiritual, exatamente quando o mundo se alargava através das grandes navegações, conquistas e descobertas.
    Teresa D’Ávila, uma criatura humana exemplar, referencial, descomunal e atemporal, bem que pode ressoar, hoje, na vida dos cristãos como um verdadeiro milagre do inefável mistério de Deus. Não tenho dúvida alguma de tratar-se de uma mulher fortemente motivada pelo Espírito de Deus. É assim que percebo o interior de nossa Irmã D’Ávila, nas suas surpreendentes aventuras pelo misterioso caminho do mundo interior, tendo por base o Livro Sagrado: “Como a corça que suspira pelas águas da torrente, assim minha alma suspira por vós, Senhor. Minha alma tem sede do Deus vivo” (cf. Sl 42, 1). Ela é considerada fundadora dos Carmelitas Descalços, juntamente com São João da Cruz, aquele da célebre frase, a saber: “No entardecer desta vida, sereis julgados segundo o amor”.
    Com seus escritos, “Castelo Interior” e “Caminho da Perfeição”, deixando marcas inconfundíveis, precisamente numa época em que se dedicou à tarefa exigente de fundar e edificar casas de carmelitas reformadas, demonstrando força e vigor intelectual, testemunho apostólico e, já nessa época, com a consciência de uma Igreja santa e pecadora sempre necessitada de conversão, Teresa D’Ávila voltou seu espírito à oração, ofereceu ao mundo sua experiência de vida contemplativa e mística e teve diante dos olhos o absoluto de Deus, presenteando a humanidade com sua indelével marca e legado: “Nada te perturbe. Nada te amedronte. Tudo passa, só Deus não muda. A paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta!”.
    Suas belíssimas reflexões, além de encantadoras, asseguram-nos, por bondade de Deus, que temos tudo o que precisamos às mãos para realizar os propósitos divinos, quando afirma que “o Senhor não olha tanto a grandeza das nossas obras, olha mais o amor com que são feitas”. Santa Teresa também nos indaga sobre a superficialidade de nossos sentimentos, dizendo-nos: “O verdadeiro humilde sempre duvida das próprias virtudes e considera mais seguras as que vê no próximo”. O essencial para Santa Teresa foi a misericórdia de Deus. Aqui cabe uma fervorosa súplica ao bom Deus, para que a humanidade saiba se valer da reformadora, colocando-a como referência para o nosso tempo tão conturbado. Assim seja!

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