Moedas do Estado do Vaticano 2017 não terão imagem do Papa

Cidade do Vaticano (RV) – O Estado da Cidade do Vaticano emitiu para o ano de 2017 cerca de 2,5 milhões de euros em moedas. Por desejo do Papa Francisco, elas foram cunhadas com o brasão papal e não com sua efígie. A mesma decisão havia sido tomada por Paulo VI, nos últimos anos de seu Pontificado

O Diretor do Departamento Filatélico e Numismático do Estado da Cidade do Vaticano, Mauro Olivieri, recordou em entrevista à nossa emissora, que o Vaticano tem as próprias moedas em euro. “A cada ano há uma emissão de moedas, que circulam nos países da União Europeia e que, em parte, são cunhadas e vendidas a colecionadores”.

A novidade para 2017, revela, é que o Santo Padre pediu para não aparecer mais nas moedas e medalhas em geral, “e nós fizemos o possível para contentá-lo. Nós conseguimos cunhá-las, com alguma dificuldade com as autoridades comunitárias – depois superadas – e assim as moedas de 2017 saem com o brasão do Papa”.

Mas, esta não é a primeira vez que acontece. Também Paulo VI, nos últimos anos de seu pontificado, pediu para não ser representado nas moedas. “Na época eram Liras Vaticanas, era tudo mais simples e seu desejo foi atendido. Também neste caso, nos últimos anos de Pontificado, as moedas de Paulo VI saíram com o brasão”, recorda Mauro Olivieri.

O Vaticano faz parte dos chamados “micro Estados”, junto com Andorra, Principado de Mônaco e São Marino, que têm acordos internacionais com a União Europeia, com a União monetária. Cada Estado tem seu próprio acordo internacional com as autoridades monetárias e cunham moedas em euro.

“O Vaticano foi um dos primeiros a selar este acordo, e com base neste tratado internacional, cunhamos moedas vaticanas segundo as regras estabelecidas”, conta o Diretor do Departamento Filatélico e Numismático do Estado da Cidade do Vaticano.

As moedas do Vaticano estão entre as melhores do mundo, a nível qualitativo, de difusão e de colecionismo. “Digo isto com grande satisfação e com um pouco de falta de modéstia”, confessa Mauro Olivieri. “São muito procuradas pelos colecionadores. Digamos que estamos seguramente entre os países “top”, talvez, precisamente, no “topo”, no pódio”.

As séries com maior valor são as de 2002, 2003 e 2004, os primeiros anos do Euro. As moedas de 2 euros, por sua vez, são as mais procuradas pelos colecionadores. “É uma moeda que circula e vale na Europa e onde a cada ano são representadas duas temáticas diferentes. São muito, muito procuradas. Em particular, a que tem mais valor atualmente, é a de 2005, da Jornada Mundial da Juventude em Colônia”.

Nós perguntamos a  Mauro Olivieri, como são estudadas as emissões das moedas vaticanas?

“Com muita atenção, devo dizer, por parte do Departamento Filatélico e Numismático e do Governatorato do Estado do Vaticano. Privilegiamos nas moedas, em linha de máxima, o Magistério do Santo Padre, buscando, portanto, destacar com as emissões anuais os ensinamentos do Papa e as bases em que se apoiam, como a Jornada Mundial da Juventude, o Dia Mundial da Paz, o Centenário de Fátima este ano de 20107, o 1950° ano do martírio dos Santos Pedro e Paulo nas moedas de 2 euros. Depois as bases da fé, tipo as Virtudes teologais, as Virtudes cardeais, as basílicas pontifícias. Em suma, procuramos de certa forma abranger todos os aspectos, a arquitetura, a história, a arte, obviamente e sobretudo, os aspectos religiosos e também os ensinamentos e as bases em que se apoia o Magistério do Papa”.

 

Fonte: Rádio Vaticano

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