Cidade do Vaticano
O livro “Rabat, capital africana do diálogo inter-religioso”, apresentado quarta-feira (12/02) na capital marroquina, na Biblioteca Nacional do Reino, nasce da colaboração entre nunciatura apostólica do Marrocos e Fundação Diplomática.
País acolhedor para todas as religiões
Fruto de três anos de trabalho, o volume foi organizado pela Fundação e pela Agência marroquina para a cooperação internacional, e as primeiras duas cópias foram doadas ao rei Muhammad VI e ao Papa Francisco. Contém nove capítulos que abordam várias temáticas sobre o diálogo inter-religioso no Marrocos.
A publicação dedica um amplo capítulo à história das relações entre cristianismo e Reino do Marrocos, da antiguidade aos nossos dias, conta as visitas dos papas ao país do noroeste da África, ilustra as origens da comunidade judaica, fala do Islã moderado, da formação dos imames africanos a esse Islã moderado e, ainda, do aumento da presença cristã com ortodoxos, católicos e protestantes.
Passar do diálogo ao mútuo e recíproco conhecimento
O rei Muhammad VI e o Papa Francisco falaram, no ano passado, de diálogo inter-religioso, recordou o núncio, “mas devemos dar um passo a mais, isto é, passar do diálogo ao conhecimento, ao mútuo e recíproco conhecimento. Porque sem conhecimento não há respeito nem estima”. “É preciso conhecer a religião dos outros e apreciar o que há de bom em cada religião. Desse modo, poderemos ter um futuro pacífico para todos”, acrescentou dom Rallo.
Combater o fanatismo e construir um mundo mais próspero
Durante a apresentação do volume, também o presidente executivo da Fundação Diplomática, Abdelati Habek, e o arcebispo de Rabat, o cardeal Cristóbal López Romero, foram unânimes em ressaltar que as religiões existem para abrir-se uma à outra, numa atmosfera de comunhão e irmandade, a fim de combater o fanatismo e construir um mundo mais próspero.
Em 2018 foram lançados vários programas inovadores no Marrocos, voltados a reforçar o diálogo e a compreensão entre o Islã e as outras religiões do Livro, e Rabat foi definida capital africana do diálogo inter-religioso.
Passar da tolerância-coexistência ao conhecimento mútuo
As palavras do Pontífice e do rei Muhammad VI devem induzir “a deixar de lado as palavras tolerância-coexistência e passar a um conhecimento mútuo, ao respeito pelo outro, à colaboração para construir juntos um mundo melhor segundo a vontade de Deus”, concluiu o purpurado.