Chegamos ao quinto domingo da Quaresma. Dentro de pouco tempo, celebraremos a Páscoa do Senhor. Antigamente, este domingo era chamado de Domingo da Paixão. Pode-se conservar o costume de cobrir as cruzes e imagens da igreja. As cruzes permanecerão veladas até o fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-feira Santa. As imagens, até o início da Vigília Pascal. Ainda há tempo também de realizar a confissão sacramental, se ainda não feita. Muitas paróquias durante essa semana promoverão mutirão de confissões com diversos padres para atender às confissões dos fiéis.
Na semana que vem, entraremos na Semana Santa, com a celebração do Domingo de Ramos da Paixão do Senhor. A Semana Santa é a semana maior e mais importante para os cristãos, na qual a nossa oração deve ser mais intensa e de igual modo as nossas práticas de penitenciais. No Domingo de Ramos encerraremos a Campanha da Fraternidade com a Coleta da Solidariedade, na quinta-feira santa concluiremos a Quaresma e na quinta-feira santa à noite iniciaremos o tríduo pascal, celebração do mistério central de nossa vida cristã.
Na celebração deste 5º domingo da quaresma, somos convidados a experimentar a misericórdia e o amor de Deus. Ele não nos condena e nem nos castiga, mas acolhe a nossa confissão com amor. O amor de Deus é derramado em nós como rios em terra seca, na Páscoa de Cristo somos convidados a nos aproximar d’Ele e fazer comunhão com Ele. Ele quer fazer comunhão conosco, basta termos o coração aberto para acolhê-lo. Na missa deste domingo, aprendemos ainda que não devemos julgar e nem condenar ninguém, somente Deus nos julga e cada um na sua consciência é responsável por seus atos. Antes de julgar os outros, temos que olhar para nós mesmos primeiro.
A primeira leitura da Missa deste domingo é do livro do profeta Isaías (Is 43, 16-21). O profeta diz que Deus fará novas todas as coisas, tempos novos estão chegando, através da Páscoa de Cristo. Temos que olhar para frente e não ficar relembrando coisas passadas. Se caímos, em algum momento, pela graça de Deus nos levantaremos. Confiemos sempre, Ele está ao nosso lado. Aqueles que andavam na sombra da morte ou nas trevas do pecado, em breve, verão uma grande luz.
O salmo responsorial é o 125 (126). O refrão do salmo diz: “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria”. Temos que ser sempre gratos ao Senhor, por tudo o que acontece em nossas vidas. Esse salmo é de ação de graças por tudo que Deus fez ao povo de Israel. Quem sabe nós também possamos elevar um salmo de gratidão ao Senhor.
A segunda leitura é da carta de São Paulo aos Filipenses (Fl 3, 8-14). Paulo considera tudo como perda, diante do grande ganho que foi ter encontrado Cristo. São Paulo considera tudo como lixo, diante do ganho que teve ao encontrar Cristo e ter se unido a Ele. Que neste tempo da quaresma, e diante da Páscoa que se aproxima, possamos deixar tudo aquilo que nos afasta de Deus de lado e colocá-lO em primeiro lugar. E que possamos considerar um ganho ter escolhido colocar Deus em primeiro lugar. Temos que correr para a nossa meta final, que é encontrar Deus na vida eterna.
O Evangelho é o de João (Jo 8, 1-11). Jesus foi ao monte das oliveiras e, de madrugada, volta ao templo. Todo o povo se reúne em volta d’Ele e Ele começa a ensiná-los. Podemos observar que Jesus já está no caminho de subida para Jerusalém que iremos fazer memória no Domingo de Ramos Ele entra em Jerusalém e inicia a sua trajetória da paixão, morte e posterior ressurreição.
Os fariseus e mestres da lei trazem até Jesus uma mulher surpreendida em flagrante adultério. Eles dizem que na Lei Moisés manda apedrejar tais mulheres e querem saber de Jesus o que Ele tem a dizer. Eles faziam isso para terem um motivo de acusar Jesus e colocá-lo a prova. Na verdade, qualquer resposta que Jesus desse, eles teriam motivo para falar d’Ele. Iriam dizer que Ele estava ao lado da Lei e não da misericórdia de Deus ou vice-versa.
Jesus começa a escrever com o dedo no chão e como insistiam em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não tiver pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. E continuou a escrever no chão. Ao ouvirem o que Jesus falou, começaram a sair, um por um, iniciando-se pelos mais velhos. De repente, Jesus ficou sozinho com a mulher e diz a ela: “Onde estão eles? Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Jesus diz a ela: “Nem eu te condeno, vá em paz e de hoje em diante não peques mais”.
O que esse Evangelho nos ensina é que não devemos condenar e nem julgar ninguém, somente Deus nos julga por causa dos nossos atos. E Deus não condena ninguém. Antes, espera que a pessoa se arrependa de todo o coração e busque a conversão sincera. Temos que antes olhar para nós mesmos antes de julgar o erro dos outros. Não podemos fazer justiça com as proporias mãos, devemos deixar Deus julgar cada um por seus atos.
Celebremos esse quinto domingo da Quaresma, na expectativa de que a nossa salvação se aproxima e deixemos de lado o homem velho e nos revistamos do homem novo. Procuremos o sacramento da reconciliação, se ainda não o fizemos, e deixemo-nos nos iluminar pela luz de Cristo que ressurgirá glorioso. Uma boa confissão auricular é o que mais necessitamos para vivermos a graça de Deus e celebrar com dignidade os mistérios pascais.
