Manifestações revelativas

    Dependendo das manifestações, o indivíduo revela profunda carência afetiva, conectadas ao êxtase emocional e a fuga das feridas da alma. Os movimentos, as inquietações e o estar juntos simula a cópula. A espetacularização é o tamanho da dor, do sofrimento e da solidão. Extravasar para tentar amenizar os traumas diante dos outros, da música barulhenta, das câmeras e das imagens, menos diante de si mesmo, porque o tal não se enxerga, não se encontra, não se conhece e não admite seus desequilíbrios, frustrações, depressões, perturbações mentais, a falta de a libido e o pior: “não aceita tratamento psicológico e psiquiátrico”. Tudo isso pode se agravar para um comportamento fanático, intolerante, agressivo e criminoso.

    As atitudes são sinais da configuração mental. O corpo fala quando a boca se nega expressar os conteúdos da alma ferida, machucada e traumatizada. A linguagem corporal também verbaliza o dicionário do cérebro. O comportamento é a extensão da interioridade com várias modalidades de externalizar o mais abissal do inconsciente.

    Tudo fala: o corpo, os gestos, a escrita, a leitura, o odor, o andar, as tatuagens, os adornos, as amizades, os relacionamentos, as crenças, as ideologias políticas, a formação e a razão social.  Não há como ocultar desejos, intenções, fantasias, virtudes, talentos, sentimentos de amor e de ódio, felicidade e infelicidade.

    “Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos”, disse o médico neurologista e criador da psicanálise Dr. Sigmund Freud. Neste pensamento Freud nos faz pensar sobre os traços da personalidade da natureza humana, nas nossas fragilidades, capacidades e, principalmente, fraquezas.

    Muitos indivíduos dominam o mundo em sua volta, no entanto, seu interior permanece na escuridão. “A tarefa mais importante da existência humana é compreender a própria mente”, afirmou Freud.

    Conhecer e entender os nossos pensamentos e comportamentos não é uma tarefa nada fácil e requer um longo histórico de experiências e vivências. Freud reforça esta ideia ao mostrar que o caminho em direção ao autoconhecimento é essencial para conseguirmos ter sucesso em nossa vida! A existencialidade humana tem sentido na posse do autoconhecimento e na arte do autoaperfeiçoamento.

    Sem a capacidade e sem a honestidade de conhecer e viver a própria essência, a vida é uma encruzilhada, um pesadelo continuado, relacionamento perturbado, perdas e danos. Devido à desconstrução de si mesmo, as incompatibilidades estão presentes como: as portas se fecham, os muros confinam, não consegue a travessia, a ponte quebrada, entra numa canoa furada, as amizades são enganosas e a verdade é traída. Sem o alicerce da verdade, não há construção interior triunfal e nem novos horizontes.

    Quando mergulhamos em nossa interioridade, evoluímos em autoconhecimento, progredimos no que é epistemológico, ortodoxo, canônico, axiomático e axiológico. Por estas conexões temos o retorno do equilíbrio, segurança, afetividade, inteligência emocional, relacionamentos autênticos, atividades bem-sucedidas e capacidade de discernimento.

    O resplendor do autoconhecimento decifra a essencialidade e profundos mistérios são revelados via o inconsciente, sonhos, intuições, estudos, meditações, diálogos sapienciais e psicoterapia.

    Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD

    Qualificado em Psicologia Clínica e Educacional

    Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ.

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica

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