LG: A centralidade da pessoa de Cristo na Igreja

No nosso espaço Memória Histórica, 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar na edição de hoje da Constituição dogmática Lumen Gentium.

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No programa de hoje damos continuidade ao estudo desta Constituição dogmática, que refletindo basicamente sobre a constituição e a natureza da Igreja, reafirmou várias verdades eclesiológicas. O Padre Gerson Schmidt nos propõe, nesta etapa de nosso percurso, a importância em se colocar novamente em primeiro lugar a dimensão cristológica da eclesiologia do Concílio:

“Aqui refletimos que o pregador da Casa Pontifícia, Raniero Cantalamessa, no Advento do ano passado fez grandes e ricas reflexões sobre a Lumen Gentium. Cantalamessa afirmou que é preciso resgatar não simplesmente a Eclesiologia do Concilio Vaticano II, que sabemos é uma Eclesiologia de comunhão. Raniero fala de uma Eclesiologia Cristológica. Disse ele assim: “Aquela frase inicial – Cristo Luz dos Povos – contém a chave para interpretar toda a eclesiologia do Vaticano II. Essa é uma eclesiologia cristológica, e, portanto, espiritual e mística, antes que social e institucional. Não se trata, no entanto, de uma relação entre antes e depois, entre mais e menos; mas sim de uma relação semelhante à que existe entre o corpo e a alma que lhe dá vida. Ambos são inseparáveis e necessários um para o outro. É necessário colocar novamente em primeiro lugar esta dimensão cristológica da eclesiologia do Concílio, também em vista de uma evangelização mais eficaz. De fato, não se aceita a Cristo por amor a Igreja, mas aceita-se a Igreja por amor a Cristo. Até mesmo uma Igreja desfigurada pelo pecado de muitos de seus representantes”.

Quero destacar aqui novamente essa frase importante de Cantalamessa: “De fato, não se aceita a Cristo por amor a Igreja, mas aceita-se a Igreja por amor a Cristo”. Por isso, a Eclesiologia do Concilio Vaticano II só se entende melhor dentro da Cristologia. Cristo quem instituiu a Igreja. Só mergulhamos plenamente no mistério da Igreja, mergulhando o mistério de Cristo que quis construir, fundar, edificar uma Igreja concreta, com apóstolos, colocando Pedro como chefe do rebanho. Por essa Igreja, Cristo se entregou na cruz, morreu por ela. Por isso, vale aqui a máxima de São Cipriano, que afirmou: “Ninguém pode ter Deus por Pai, se não tiver a Igreja como mãe”.

É necessário nós resgatarmos esse encontro do fiel paroquiano com a pessoa de Cristo. Quantas vezes nós exigimos de pessoas que participam esporadicamente de nossas comunidades paroquiais um compromisso de engajamento. E no entanto, a maioria dessas pessoas, que participam pouco, não tiveram um verdadeiro encontro com Cristo Ressuscitado dos mortos. Exigimos, exigimos, exigimos um compromisso efetivo das pessoas por meio de inúmeras exigências. Como se a fé fosse um engajamento numa luta, num esforço de manter uma paróquia viva e dinâmica a qualquer custo. Absolutamente. A fé é um dom. Precisamos ressuscitar os paroquianos, antes de exigir uma participação maior , mais efetiva. É necessário primeiro um encontro verdadeiramente pessoal e radical com Jesus de Nazaré. Pensemos nessa frase de Cantalamessa: “Não se aceita a Cristo por amor a Igreja, mas aceita-se a Igreja por amor a Cristo”. Cristo precisa ser anunciado, proclamado, amado primeiramente, para depois haver um seguimento efetivo e concreto na sua Igreja”.

 

Fonte: Rádio Vaticano

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