Levemos as pessoas a Jesus e aos valores do Reino de Deus!

    A liturgia do Segundo Domingo do Advento convida-nos a despir esses valores efêmeros e egoístas a que, às vezes, damos uma importância excessiva e a realizar uma revolução da nossa mentalidade, de forma a que os valores fundamentais que marcam a nossa vida sejam os valores do “Reino”.

    Na primeira leitura(Is 11,1-10), o profeta Isaías apresenta um enviado de Deus, da descendência de Davi, sobre quem repousa a plenitude do Espírito de Deus; a sua missão será construir um reino de justiça e de paz sem fim, de onde estarão definitivamente banidas as divisões, as desarmonias, os conflitos. O oráculo de Isaías anuncia o Messias de linhagem davídica. Revestido  do Espírito de Deus, o Rei-Messias trará justiça aos pobres, agindo na verdade, equidade e retidão. Restaurará a criação à sua origem, como desejada por Deus. A criação retornará à comunhão entre criaturas e Criador. E, assim pacificada, reencontrará a harmonia entre as criaturas, como em um paraíso. Esse Messias, rebento de Davi, será sinal da salvação para todos os povos que o buscarão. Os cristãos, esperando o Natal, confessam e creem que Jesus é o Messias, Filho de Davi, o Salvador prometido, o Sinal divino portador de salvação e paz. Ele é a paz! Para que recebamos e vivenciemos a paz suscitada pelo Messias Jesus.

    No Evangelho(Mt 3,1-12), João Batista anuncia que a concretização desse “Reino” está muito próxima… Mas, para que o “Reino” se torne realidade viva no mundo, João convida os seus contemporâneos a mudar a mentalidade, os valores, as atitudes, a fim de que nas suas vidas haja lugar para essa proposta que está para chegar… “Aquele que vem” (Jesus) vai propor aos homens um batismo “no Espírito Santo e no fogo” que os tornará “filhos de Deus” e capazes de viver na dinâmica do “Reino”. São João Batista era uma pessoa austera. O precursor pregava a conversão em preparação para a chegada do Reino de Deus em Jesus. Batizava com água como motivo de arrependimento para receber o Ungido, que batizará com o Espírito Santo. João, no entanto, alerta que a conversão não é apenas exterior e por palavras, mas demonstrada por obras condizentes. “Convertei-vos”: este apelo é centro da pregação profética! Deus salva! É necessário converter-se a ele e não per-verter-se em outras direções. O homem, que desde o início foge de Deus, é chamado a inverter o caminho, o seu modo de pensar e de agir!

    Muitos procuravam o batismo de conversão administrado por João. Entretanto, aparecem os fariseus e os saduceus – futuros adversários de Jesus – cuja pretensão de serem filhos de Abraão João desmascara. O profeta os chama de cobras venenosas, que provocam a morte, e os adverte de que, para serem filhos de Abraão, é necessário produzirem as mesmas obras do pai da fé. Por isso, João Batista, hoje, é todo aquele que se dispõe a levar as pessoas até Jesus, e não retê-las para si.

    A segunda leitura(Rm 15,4-9) dirige-se àqueles que receberam de Jesus a proposta do “Reino”: sendo o rosto visível de Cristo no meio dos homens, eles devem dar testemunho de união, de amor, de partilha, de harmonia entre si, acolhendo e ajudando os irmãos mais débeis, a exemplo de Jesus. Paulo, na segunda leitura, exorta a comunidade á concórdia, à acolhida mútua, como Cristo acolheu a todos. Paulo exorta a comunidade a se deixar orientar pela Escritura Sagrada e a imitar o exemplo de Cristo, a fim de superar os conflitos existentes em seu interior. A Palavra de Deus instrui os fiéis e reascende a esperança do povo de Deus; orienta o povo e lhe mostra o caminho a seguir para que ele se reorganize e faça o “mundo novo” de fato acontecer. Nessa caminhada, Jesus Cristo se apresenta como modelo para a prática de todo cristão. É ele que nos convida a acolher a todos para a glória de Deus, glória que se revela em um povo unido e solidário na busca da libertação.

    João Batista cumpriu a sua missão de preparar e anunciar a chegada do Messias salvador. Quem assume esta continuidade da missão do precursor? Transformemos o mundo no Reinado de Deus, mas sem miséria, fome, violência e guerras que são contratestemunho do Reino de Cristo. Vamos, com destemor do Batista, anunciar Jesus a quem ainda não o conhece, lá onde não se vive a proposta de vida plena para todos! Preparemos, com João Batista e seu convite, os caminhos do Senhor mediante frutos de conversão, a fim de bem receber aquele que está chegando para salvar as nações!

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