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Nas vésperas de sua primeira viagem apostólica à Turquia e ao Líbano, o Papa Leão XIV convida a rezar pelas minorias cristãs que vivem em contextos de guerra, na intenção de oração deste mês de dezembro.
O Santo Padre inicia, assim, a última intenção de oração do ano, divulgada nesta quarta-feira (26/11):
Ele mesmo o faz por primeiro, rezando uma oração ao “Deus da paz”, no vídeo produzido e divulgado pela Rede Mundial de Oração do Papa, com a colaboração do Vatican Media.
Os cristãos “que vivem em meio a guerras e violência” não se sintam nunca abandonados: “Mesmo cercados pela dor”, disse o Papa, “nunca deixem de sentir a gentil bondade” da presença de Deus “e as orações de seus irmãos e irmãs na fé”.
Mesmo naquelas partes do mundo onde a guerra parece ser única lei, “onde a harmonia parece impossível”, os cristãos são chamados a ser “instrumentos de paz”. E não somente os que vivem naqueles lugares, mas todos nós, porque Jesus “chamou bem-aventurados os que promovem a paz”, disse ainda o Papa, acrescentando:
A fé em meio aos escombros
A intenção de oração deste mês e a primeira viagem apostólica do Papa Leão XIV se concentram numa das áreas mais instáveis do mundo do ponto de vista político, econômico e da segurança. Segundo o Relatório 2025 sobre a liberdade religiosa da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o número dos conflitos nas regiões médio-orientais e as condições socioeconômicas expõem as minorias religiosas, particularmente os cristãos, a uma condição de extrema vulnerabilidade. Na Palestina, a população está exaurida após dois anos de guerra e muitas igrejas se tornaram refúgios para as famílias sem casa. No Líbano, a grave crise econômica obrigou uma enorme quantidade de pessoas a fugir, esvaziando paróquias e escolas. No Iraque e na Síria, a reconstrução se realiza em meio ao cansaço entre instabilidade política, insegurança e falta de perspectiva para os jovens. Mas, apesar de tudo isso, as pequenas comunidades continuam a resistir, guardando a fé, servindo aos pobres e construindo pontes de convivência com seus vizinhos de outras religiões.
As imagens que acompanham a oração feita pelo Papa nos apresentam exatamente isso, mostrando exemplos de uma fé firme e inquebrantável em meio aos escombros e destroços. São celebrações nos vilarejos iraquianos que voltaram a reunir-se depois da guerra, a força extraordinária da comunidade paroquial de Gaza mesmo nos dias de bombardeios, o trabalho indispensável da Caritas do Líbano entre os pobres e os refugiados dos Países vizinhos, o oásis de espiritualidade oferecido pelos mosteiros sírios: todos sinais da presença daquele Espírito Santo que – como diz a oração feita pelo Papa – é “fonte de esperança nas horas mais sombrias”.
De Francisco a Leão
“As condições dos cristãos nos contextos de conflito é uma preocupação constante no coração do sucessor de Pedro”, afirma pe. Cristóbal Fones, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa. “Nos últimos anos, o Papa Francisco tinha confiado muitas vezes à oração da Igreja universal o sofrimento e o testemunho dos cristãos que vivem em situações e contextos difíceis. Pediu para rezar, por exemplo, pelos cristãos perseguidos, pelo diálogo e a reconciliação no Oriente Médio, pelas comunidades religiosas discriminadas e perseguidas, pelos novos mártires, testemunhas de Cristo.
O Papa Leão XIV retoma esta herança, coincidindo com sua primeira viagem apostólica à Turquia e ao Líbano. O seu convite de oração é um gesto de proximidade e de esperança: um modo para dizer aos cristãos da Palestina, Líbano, Síria, Iraque e de tantos outros Países que não estão esquecidos, que a Igreja universal caminha com eles; mas também para recordar a todos nós que a fé cresce mesmo em meio às provações e dificuldades, e que das comunidades feridas podem nascer sementes de reconciliação e de paz.
