“Lâmpada para meus passos é a tua palavra e luz no meu caminho” (Salmo 119, 105)

    Deixemos que a Palavra de Deus se apresente, antes de nós falarmos dela. “E como a chuva e a neve que caem do céu para lá não voltam sem antes molhar a terra e fazê-la geminar e brotar… assim acontece com a minha palavra: Ela sai da minha boca e para mim não volta sem produzir seu resultado, sem fazer aquilo que planejei” (Is 55, 10-11). “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça”. (2Tm 3, 16). “Pois a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração” (Hb 4, 12).
    No último domingo do mês de setembro a Igreja no Brasil celebra o “Dia Nacional da Bíblia”. Esta comemoração faz referência a São Jerônimo (342+420) tradutor e revisor da Bíblia para o latim. Existe a consciência de que a Palavra de Deus é um tesouro para construção do Reino de Deus. Tesouro que está ao alcance das mãos, mas que algumas vezes não é procurado, outras vezes ignorado que seja um tesouro, muitas vezes mal interpretado. Para se enriquecer com o tesouro é preciso fazer opções, planejar, tomar medidas, abrir mão de outros valores menores, como Jesus nos ensina nas parábolas.
    Diante disso, a Igreja tem tomado várias iniciativas para dar à Sagrada Escritura o seu devido lugar e elas surgem de todos os lados. São iniciativas de leigos, de religiosos, padres, bispos e do papa. Individualmente as pessoas leem, estudam e rezam a partir da Palavra. Outros, se reúnem em grupos, são oferecidos inúmeros cursos até chegarmos aos documentos pontifícios como a Constituição Dogmática “Dei Verbum, sobre a revelação divina”, publicada em 18 de novembro de 1965; a Exortação Apostólica pós-sinodal “Verbum Domini”, do papa Bento XVI, publicada em 30 de setembro de 2010. Além das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2015-2019 que abraçaram esta causa como uma urgência, denominada: “Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral”.
    O desejo é propiciar meios de aproximação das pessoas à Palavra de Deus, para conhecê-la e interpretá-la corretamente; entrar em comunhão com a Palavra de Deus por meio da oração; evangelizar e proclamá-la como fonte de vida em abundância. Num mundo onde existe um excesso de informações, vozes e ruídos é necessário escutar a voz de Cristo em meio a tantas outras vozes.
    O tesouro da Bíblia não pode ficar restrito aos ambientes internos da Igreja, pois ela encerra valores antropológicos e filosóficos que influíram positivamente sobre a humanidade. Diante disso é importante favorecer o seu conhecimento entre os agentes culturais, mesmo nos ambientes secularizados e entre os não crentes, assim como nas escolas e universidades, sobretudo através da educação religiosa. Quando olhamos para o grande patrimônio cultural da humanidade, expresso em obras de arte, músicas, filmes, livros, folclore, leis percebe-se claramente nestas manifestações a inspiração bíblica.
    Ocupamos a semana inteira com atividades pessoais, com a luta para o sustento, ouvimos falar de economia, política, violências, etc. faz-se necessário ouvir, ao menos um dia por semana a Palavra de Deus.  “Depois, fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Os olhos de todos, na sinagoga, estavam fixos nele.  …. maravilhados com as palavras cheias de graça que saíam de sua boa“ (Lucas 4, 20.22).

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