Jesus resgata o ser humano do lamaçal!

    A liturgia do 6º Domingo do Tempo Comum apresenta-nos um Deus cheio de amor, de bondade e de ternura, que convida todos os homens e todas as mulheres a integrar a comunidade dos filhos amados de Deus. Ele não exclui ninguém nem aceita que, em seu nome, se inventem sistemas de discriminação ou de marginalização dos irmãos.

    O corpo marcado pela enfermidade é, no relato do Levítico, indicação de distância. A dor e o sofrimento de quem é acometido por isso são associados à sua saída da comunidade. Assim, a impureza da pessoa tira sua dignidade, fazendo com que a exclusão seja o resultado dessa infelicidade. O salmista, por sua vez, indica que o pecado gera o mesmo distanciamento, sendo necessário confessá-lo. Em Jesus, finalmente, temos uma palavra única, forte e transformadora que São Marcos nos apresenta.

    A primeira leitura(2Rs 5,9-14) apresenta-nos a legislação que definia a forma de tratar com os leprosos. Impressiona como, a partir de uma imagem deturpada de Deus, os homens são capazes de inventar mecanismos de discriminação e de rejeição em nome de Deus. A cura do sírio Naamã, chefe do exército arameu, por Eliseu, “homem de Deus”. O relato procura mostrar a universalidade de Deus, o qual não é exclusividade de um povo. A princípio resistente, Naamã acaba por obedecer ao profeta e alcança o seu objetivo. A ação de Deus se concretiza mediante a palavra profética.

    O Evangelho(Mc 1,40-45) diz-nos que, em Jesus, Deus desce ao encontro dos seus filhos vítimas da rejeição e da exclusão, compadece-Se da sua miséria, estende-lhes a mão com amor, liberta-os dos seus sofrimentos, convida-os a integrar a comunidade do “Reino”. Deus não pactua com a discriminação e denuncia como contrários aos seus projetos todos os mecanismos de opressão dos irmãos. A missão de Jesus na Galileia esta resumida no relato de hoje, quando diz que Jesus teve compaixão do doente. Sem preconceito e sem medo de se tornar impuro – consequência prevista pela Lei –, o Mestre estende a mão ao doente, levanta-o e devolve-lhe a dignidade. Ao leproso que vai buscando a cura, Jesus responde: “Eu quero, fica curado”(Mc 1,41). Essa palavra ocupa a centralidade do relato: antes dela, a lepra; depois dela, a vida. Antes dela, uma pessoa excluída; depois dela, alguém revestido de dignidade; antes dela, um homem de joelhos; depois dela, um homem que vai anunciar a Boa-Nova de Jesus. Eis porque a Palavra de Jesus  é viva e eficaz, trazendo quem está na escuridão à luz admirável de Deus. Agora, mesmo quem é leproso pode para de andar errante e, ao invés disso, tornar-se um missionário que testemunha em sua vida a Palavra de Jesus.

    A segunda leitura(1Cor 10,31-11,1) convida os cristãos a terem como prioridade a glória de Deus e o serviço dos irmãos. O exemplo supremo deve ser o de Cristo, que viveu na obediência incondicional aos projetos do Pai e fez da sua vida um dom de amor, ao serviço da libertação dos homens. Diante das dúvidas a respeito das carnes imoladas aos ídolos, São Paulo propõe buscar sempre a glória de Deus e evitar escandalizar as pessoas. Apresentando-se como exemplo, o apóstolo se mostra mais preocupado com os outros do que consigo mesmo.

             Jesus se compadece da humanidade e das suas misérias, e nós somos convidados a imitá-lo em seu agir libertador e em sua disposição de incluir os excluídos. Vamos assim agir e viveremos a compaixão!

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