Do cárcere, no qual se encontrava aprisionado pelo ímpio tetrarca Herodes Antipas, João Batista enviou uma delegação de seus discípulos para indagarem oficialmente a Jesus se Ele era o Messias (Mt 11,2-11). Não que ele duvidasse disto, mas para oferecer a Cristo uma oportunidade de confirmar esta verdade. A resposta de Jesus, aludindo à profecia de Isaias que falava dos prodígios que o Messias operaria, encerrou- se com uma declaração definitiva: “E bem-aventurado o que não encontrar em mim ocasião de tropeço”. Estas palavras de Jesus constituem um alerta para seus seguidores através dos tempos, inclusive para cada um de nós que vivemos neste século 21, próximos do Natal de 2019. Devem servir para robustecer a fé naquele que é verdadeiramente o Messias, o Filho de Deus encarnado, no qual se deve depositar toda esperança, não obstante as dificuldades que sua Igreja continua enfrentando. Tantos falsos profetas que surgem, multiplicando-se por toda parte as mais variadas seitas, sendo que os meios de comunicação social deixam a impressão de que a Igreja Católica em muitos lugares está a perder seu espaço, dado o estardalhaço com que as forças do mal ocupam o noticiário de cada dia. Não se deve, porém, querer uma Igreja Católica triunfante, livre de todas as incoerências propaladas pelo espírito do mal. Entretanto, é justamente por isto que, mais do que nunca, através de uma evangelização constante os verdadeiros seguidores de Cristo devem sair das falsas certezas lançadas pelo espírito do mal para lutar pelo triunfo da verdade. Como no tempo de João Batista a palavra de Jesus é recebida e vivida por inúmeros que baseiam sua vida na plenitude da revelação, certos de que, não obstante tantos problemas, está viva a Igreja “una, santa, católica e apostólica”. Nesta Igreja está a força da salvação e prodígios são operados pela unidade e realismo de uma ação católica persistente. É preciso crer firmemente que Cristo é o salvador absoluto do mundo e seus verdadeiros discípulos devem agir, onde quer que estejam, incentivando comunidades fervorosas e fiéis. É por isto que felizmente, em inúmeros lugares, cristãos que se desgararamm da verdadeira Igreja retornam em busca da plenitude dos meios de salvação oferecidos pelos sacramentos e pelos demais recursos espirituais como a presença poderosa de Maria, sempre invocada com grande confiança. São cristãos que se sentem irmãos em redor da mesma Eucaristia. Por isto mesmo cumpre aos verdadeiros fiéis com o aproximar do Natal aprofundar sua responsabilidade para que o mundo seja melhor. Isto se dá pelo aaprimoramento do relacionamento com aquele que é o Messias prometido. Trata-se de uma descida no interior de si mesmo para afastar todo resquício de vaidade, de egoísmo, de falta de amor. Quanto mais o discípulo de Jesus se aperfeiçoa espiritualmente, tanto mais o bem se irradia mundo todo. É deste modo que se pode modificar a dureza do coração daqueles que querem um Messias segundo seus próprios interesses. No elogio que Jesus fez de João Batista está um roteiro a fim de que cada um se examine para melhorar sempre mais sua conduta e realizar o desejo de Cristo: “Brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam vossas boas obras e glorifiguem o Pai que está no céus” (Mt 5,16 ). Cristo apresenta o Precursor como um homem de caráter enérgico e corajoso, de existência austera e penitente. Para que o Natal não seja apenas uma data festiva, Jesus está a interpelar cada um de seus seguidores. Ele quer que quebremos as resistências para sair de qualquer mediocridade ou torpor espiritual. Então, sim, o Natal terá um profundo sentido, transmitindo todo o seu valor espiritual que vai além de meras comemorações exteriores. Jesus encontrará corações que se prepararam para acolhê-lo, dispostos a viver ainda mais intensamente seu Evangelho. Cumpre remar contra a corrente do mal que avassala uma sociedade mais voltada para bens materiais e prazeres mundanos do que para os ensinamentos que o Filho de Deus veio trazer a esta terra. Estes oferecem uma existência melhor do que aquela que o mundo reserva aos incautos que se deixam levar por falsas promessas. Para quem capta a autêntica mensagem do Natal fulge então uma esperança diversa da que uma sociedade materializada falsamente garante. Muitos se esquecem que o Filho de Deus se encarnou e nasceu entre nós para ensinar um modo de vida que ultrapassa os limites terrenos, transformando os corações. A aproximação do Natal deve levar o cristão a uma profunda reflexão. É preciso verificar qual o Messias que se espera: Aquele criado pelos meios de comunicação social ou Aquele que oferece a verdadeira felicidade.