Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!

    Depois de termos celebrado o bonito e santo tempo do Natal do Senhor, em que as alegrias do nascimento do Redentor, devem iluminar a nossa vida para caminharmos rumo à celebração da Páscoa do Senhor, continuemos, como os Magos na Epifania a Manifestar Jesus no mundo e reforçando nossas promessas batismais de sermos sal, fermento e luz num mundo tão violento, desigual e sem humanidade como os dos dias atuais.

    Iniciamos o chamado tempo comum. A cada domingo, a liturgia da Mãe Igreja vem nos responder à pergunta; “quem é Jesus?”.

    A liturgia deste segundo domingo do tempo comum coloca a questão da vocação; e convida-nos a situá-la no contexto do projeto de Deus para os homens e para o mundo. Deus tem um projeto de vida plena para oferecer aos homens; e elege pessoas para serem testemunhas desse projeto na história e no tempo.

    A primeira leitura(cf. Is 49,3.5-6) apresenta-nos uma personagem misteriosa – Servo de Javé – a quem Deus elegeu desde o seio materno, para que fosse um sinal no mundo e levasse aos povos de toda a terra a Boa Nova do projeto libertador de Deus.

    A segunda leitura(cf. 1Cor 1,1-3) apresenta-nos um “chamado” (Paulo) a recordar aos cristãos da cidade grega de Corinto que todos eles são “chamados à santidade” – isto é, são chamados por Deus a viver realmente comprometidos com os valores do Reino.

    O Evangelho(cf. Jo 1,29-34) apresenta-nos Jesus, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Ele é o Deus que veio ao nosso encontro, investido de uma missão pelo Pai; e essa missão consiste em libertar os homens do “pecado” que oprime e não deixa ter acesso à vida plena.

    É importante compreender que quando é afirmado que o Espírito “desceu do céu como pomba e permaneceu sobre Jesus”(cf. Jo 1,32), a duração desta permanência não era uma questão de alguns instantes. Era um permanecer no sentido mais pleno da palavra: um permanecer para sempre. O Espírito foi enviado do céu para fazer a sua morada em Jesus; poderíamos até dizer que Jesus era o ninho vivo e pessoal onde o Espírito, a pomba, veio repousar. Este “pouso” não constituía uma realidade estática, mas, sim, dinâmica. Desde o céu e permaneceu sobre Jesus, ele realizava uma obra nele. Qual foi esta obra? A de transformar Jesus de “receptor” do Espírito Santo em “doador” do Espírito Santo. Jesus é feito o “Cristo” – literalmente, o ungido pelo Espírito – precisamente em vista de chegar a ser o “ungidor”: aquele que unge os que acreditam nele com o mesmo Espírito, que introduz os que o recebem dentro da própria vida divina. O processo chega ao cume no mistério pascal de Cristo, o mistério de sua morte e ressurreição. Lemos no mesmo Evangelho de João que o último ato da vida mortal de Jesus era o de “entregar o Espírito”(cf. Jo 19,30). João gosta de brincar com palavras e usá-las em vários sentidos ao mesmo tempo. Aqui ele quer afirmar, no nível mais óbvio, que Jesus entregou o seu espírito vital, quer dizer, ele morreu. Mas João também pretende avisar-nos que Jesus fez da hora da sua morte o momento de entregar o divino Espírito Santo que ele tinha recebido no início do seu ministério. Jesus não entregou o Espírito no sentido de desfazer-se dele; como já dissemos, o Espírito veio sobre ele para permanecer para valer. Mas por meio de sua morte, Jesus tornou-se capaz de comunicar este Espírito aos seus discípulos, de simultaneamente reter o Espírito para si e partilhá-lo com os seus seguidores. É exatamente isto que Jesus faz no próprio dia de sua ressurreição: Ele entra no cenáculo onde os discípulos estão reunidos, sopra sobre eles e diz: “Recebei o Espírito Santo”(cf. Jo 20,22). Por meio deste soprar, eles viram cristãos – pequenos “Cristos” – homens ungidos com o mesmo Espírito Santo, e aptos agora para dar continuidade à missão salvífica de Jesus.

    Jesus assume a proclamação de João dando-lhe um novo sentido de atualidade e eternidade, identificando-a com o projeto de Deus de conferir vida plena e eterna à humanidade. O Espírito sobre Jesus é a confirmação de sua divindade e da divinização de toda a humanidade n’Ele assumida em todos seus valores e em toda sua dignidade. A presença de Jesus, Filho de Deus, entre nós renova a nossa vida e nos impele ao empenho na construção do mundo novo possível de justiça e paz.

    Para você hoje: quem é Jesus? Mergulhados neste caminho de discipulado crescemos na fé pela identificação com o Cristo, o Cordeiro de Deus, que nos transforma com a sua vida.

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