Jesus é o Emanuel, o Deus sempre conosco!

    A liturgia da noite de Natal fala-nos de um Deus que ama os homens; por isso, não os deixa perdidos e abandonados a percorrer caminhos de sofrimento e de morte, mas envia “um menino” para lhes apresentar uma proposta de vida e de liberdade. Esse “menino será “a luz” para “o povo que andava nas trevas”.

    Celebramos nesta Noite Santa a manifestação do Cristo, Sol de Justiça, que vem se deitar nas palhas da humanidade. Unamo-nos a toda a família humana celebrando a vida do nosso Salvador. Possamos trazer todas as realidades humanas para que Cristo, Luz que brilha nas trevas, ilumine cada coração, cada família, cada pessoa, particularmente os marginalizados, doentes, descartados e os que vivem sem emprego ou sub-empregados.

    A primeira leitura(Is 9,1-6) anuncia a chegada de “um menino”, da descendência de Davi, dom de Deus ao seu Povo; esse “menino” eliminará a guerra, o ódio, o sofrimento e inaugurará uma era de alegria, de felicidade e de paz sem fim. A Igreja aplica essa leitura ao “menino Jesus”, que trouxe a luz e a esperança para o povo imerso nas trevas da miséria, do sofrimento e do abandono. Tal como no tempo do profeta, o povo atualmente anda na escuridão e tem dificuldade para enxergar uma luz.

    O Evangelho (Lc 2,1-14) apresenta a realização da promessa profética: Jesus, o “menino de Belém”, é o Deus que vem ao encontro dos homens para lhes oferecer – sobretudo aos pobres e marginalizados – a salvação. A proposta que Ele traz não será uma proposta que Deus quer impor pela força; mas será uma proposta que Deus oferece ao homem com ternura e amor. Jesus e Maria se dirigem a Belém por causa do decreto de César Augusto, que ordenou o recenseamento. Lá, Maria dá à luz seu filho, Jesus. Não encontrando lugar na hospedaria, a criança foi posta numa manjedoura, junto dos animais. A salvação nasce onde menos se espera. O menino nasce pobre e entre os pobres, e os primeiros a receber a boa notícia são os pastores, pessoas simples e pouco valorizadas, pois vivem em meio aos animais. São  justamente eles os primeiros a receber a mensagem da paz messiânica proclamada pela coorte celestial. É o nascimento desse menino pobre que celebramos no Natal, o qual nos convida a viver com simplicidade, despojamento e alegria.

    A segunda leitura(Tt 2,11-14) lembra-nos as razões pelas quais devemos viver uma vida cristã autêntica e comprometida: porque Deus nos ama verdadeiramente; porque este mundo não é a nossa morada permanente e os valores deste mundo são passageiros; porque, comprometidos e identificados com Cristo, devemos realizar as obras d’Ele. “A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens”; o que foi anunciado pelo profeta – na primeira leitura – “um filho nos foi dado”; e, cumprindo por Deus em Jesus, o Cristo Senhor, nascido de Maria, em Belém, cidade de Davi.

    Que nesta Noite Santa ressoe por toda a terra o anúncio do Anjo aos pastores, envolvidos em luz: “Hoje, nasceu para vós um Salvador!”. O Emanuel, o Messias, o Príncipe da Paz, que nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas, nasceu pobre, de pobres, entre e para os pobres!

    O Natal de Jesus é fonte de luz e de alegria para quem vivia e vive nas margens, nas periferias geográficas e existenciais, simbolizados pelos pastores. Contudo, Jesus, em seu corpo recém-nascido, envolto em faixas e recostado no coxinho de Belém e, depois, deposto em uma sepultura, envolto  em faixas, veio como alimento Salvador para todos os homens, os filhos amados de Deus. Se o anúncio angélico privilegia os pobres, não restringe a salvação e a redenção. A humanidade toda, sob a luz do Natal, buscando viver, neste mundo, com equilíbrio, justiça e piedade, pode se juntar aos anjos e cantar os louvores do Deus Salvador. Pode, ainda, se reunir com o Salmista e cantar com alegria: “Cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios!

    Santo Natal devemos desejara para todos os nossos irmãos, por nossa voz, nosso abraço e, sobretudo, pela nossa oração, o desejo de que a paz do Menino-Deus dissipe do mundo e dos corações todo o mal: guerras, pandemias, violências, preconceitos, injustiças, fome.

    O louvor do exército celeste que se junta ao anjo convida-nos à gratidão e ao compromisso. Gratidão a Deus por se aproximar tanto da humaidade, fazendo-se um de nós, e o menor de todos: no Filho recém-nascido, e em toda a vida humana, Deus é glorificado; e compromisso de construir a paz na terra, solidarizando-nos com os menores e sofredores, com as crianças que ainda hoje nascem na miséria de condições materiais, com as famílias que não tem um teto para chamar de lar.

    Que a alegria do Natal comova nosso olhar e nos leve à solidariedade e ao compromisso com os menores e mais frágeis. Que a singela do presépio nos ilumine a viver a bondade de Deus que é misericórdia, que se fez carne humana para comover nosso olhar. Santo e abençoado Natal para você e a sua família!

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