No final de uma missão conjunta ao Iémen, os directores gerais do UNICEF e da OMS, assim como o director executivo do PAM, declararam nesta quarta-feira, 26 de Julho, que aquele país da Península Arábica está a atravessar uma das piores epidemias de cólera no mundo. Dados apresentados por estas organizações das Nações Unidas mostram que só nos últimos três meses deste ano foram registados 400.000 casos suspeitos de cólera e cerca de 1.900 mortes associadas a esta doença.
Este intenso surto de cólera surge no âmbito da grave crise humanitária que o Iémen está a viver desde há bastante tempo. Mais de 60% da população não tem alimentação suficiente e dois milhões de crianças estão em estado de má nutrição. No conjunto, 80% da população do país precisa de assistência humanitária no campo alimentar e da saúde. De salientar que mais de 30 mil pessoas empregadas no sector da saúde não recebem o seu salário há mais de 10 meses e trabalham apenas por dever. Apelam, por isso, as autoridades a enfrentarem esta situação com urgência a fim de evitar outras mortes.
Devido a esta situação no sector da saúde e por falta de subsídios, as organizações humanitárias encontram muitas dificuldades para reverter este quadro sombrio.
Numa declaração conjunta no final da sua missão a UNICEF, o PAM e a OMS disseram que realizaram essa missão comum ao Iémen para verem com os próprio olhos as dimensões desta crise humanitária e planificar um empenho conjunto para ajudar as pessoas no país.
Os responsáveis das organizações disseram ainda que no seu encontro com os líderes do Iémen, pediram que seja garantido o acesso dos operadores humanitários às áreas afectadas pela guerra e que seja encontrada uma solução pacifica para o conflito.
Pediram também à comunidade internacional para multiplicar o seu apoio a população do Iémen, pois que se nada for feito agora, corre-se o risco de se perder mais vidas humanas e comprometer, deste modo, o futuro das próximas gerações e do país todo.
Fonte: Rádio Vaticano