Homens novos nascidos da cruz e da ressurreição de Jesus!

    A liturgia deste domingo, chamado de “Dominica in albis”, o domingo das vestes brancas – porque aqueles que tinham sido batizados na Vigília Pascal usavam túnicas brancas durante toda a oitava e só as tiravam no fim deste dia, apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição.

    Bento XVI, na Sacramentum caritatis, n. 37, ensinou que: “O dia em que Cristo ressuscitou dos mortos, o domingo, é também o primeiro dia da semana, aquele em que a tradição do Antigo Testamento contemplava o início da criação. O dia da criação tornou-se agora o dia da ‘nova criação’, o dia da nossa libertação, no qual fazemos memória de Cristo morto e ressuscitado”.

    Na primeira leitura(cf. At 4,32-35) temos, numa das “fotografia” que Lucas apresenta da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade formada por pessoas diversas, mas que vivem a mesma fé num só coração e numa só alma; é uma comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos de partilha e de dom e que, dessa forma, testemunha Jesus ressuscitado. Desde a primeira comunidade de Jerusalém, imitar a sua maneira de viver tem sido o sonho e a meta de todo novo movimento da Igreja. Possuir tudo em comum; ter um só coração e uma só alma – esta visão tem encantado e animado todos os fundadores e fundadoras de todos os séculos da história da Igreja. Esta meta deve permanecer como o norte de todos os que desejam construir uma verdadeira comunidade cristã.

    Foi precisamente por não ser plenamente “um só coração e uma só alma”(At 4,32) com seus irmãos que Tomé demorou a acreditar no anúncio da ressurreição do Senhor.

    No Evangelho(Jo 20,19-31) sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.

    Para Tomé, a testemunha da comunidade não é suficiente: ele precisa ver com os próprios olhos e tocar com as próprias mãos. Se não, “Não acreditarei”( Jo 20,25). Jesus é condescendente com este defeito de Tomé e volta ao cenáculo uma segunda vez para mostrar-se vivo aos discípulos quando Tomé está presente. Ao vê-lo, Tomé faz a mais exaltada confissão de fé em Jesus que temos no Novo Testamento: “Meu Senhor e meu Deus!”(Jo 20,28). Jesus, mesmo com esta profissão de fé, repreende a Tomé: “Crestes porque me viste? Bem-aventurados os que não viram e creram”(Jo 20,29)

    A segunda leitura(1 Jo 5,1-6) recorda aos membros da comunidade cristã os critérios que definem a vida cristã autêntica: o verdadeiro cristão é aquele que ama Deus, que adere a Jesus Cristo e à proposta de salvação que, através d’Ele, o Pai faz aos homens e que vive no amor aos irmãos. Quem vive desta forma, vence o mundo e passa a integrar a família de Deus.

    Por isso vamos pedir a Deus a graça de amar as pessoas, apesar de suas limitações e defeitos. Vamos parar de querer corrigir os outros ou projetar nos outros os defeitos que guardamos e que acusamos aos outros para esconder a nossa feiura e nossos pecados.

    Quem não ama o seu irmão é réu de sua própria condenação. A missa desse domingo, também chamado de Domingo da Divina Misericórdia, por vontade de São João Paulo II insiste nos frutos fundamentais da páscoa: o perdão dos pecados, a reconciliação com Deus, a adoção como filhos e filhas de Deus, o dom do Espírito Santo – que são obras da divina misericórdia.

    Sejamos instrumentos da misericórdia. Deus quer salvação e não condenação. Vamos colher os frutos da misericórdia na vida santa e pura que cada um de nós deve viver!

     

     

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