Gratidão, coragem, tribulação e louvor: as palavras do Papa para as vocações

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou esta terça-feira (24/03) a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Vocações 2020.

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

“As palavras da vocação”: este é o título da mensagem do Papa Francisco para o 57o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV Domingo da Páscoa, em 3 de maio.

Para “agradecer aos sacerdotes e apoiar o seu ministério”, o Pontífice escolheu a experiência de Jesus e Pedro durante a noite de tempestade no lago de Tiberíades e ressaltou quatro palavras-chave: gratidão, coragem, tribulação e louvor.

Para Francisco, a imagem desta travessia do lago sugere “a viagem da nossa existência”.

“De fato, o barco da nossa vida avança lentamente, sempre à procura de um local afortunado de atracagem, pronto a desafiar os riscos e as conjunturas do mar, mas desejoso também de receber do timoneiro a orientação que o coloque finalmente na rota certa. Às vezes, porém, é possível perder-se, deixar-se cegar pelas ilusões.”

Gratidão

Mas, na aventura desta travessia, o Evangelho diz que não estamos sós. O Senhor caminha sobre as águas e convida Pedro a vir ao encontro Dele. Assim, destaca o Papa, a primeira palavra da vocação é gratidão.

“A realização de nós mesmos e dos nossos projetos de vida não é o resultado matemático do que decidimos dentro do nosso «eu» isolado; pelo contrário, trata-se, antes de mais nada, da resposta a uma chamada que nos chega do Alto. É o Senhor que nos indica a margem para onde ir.”

Mais do que uma escolha nossa, recorda Francisco, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor; por isso será possível descobri-la e abraçá-la quando o coração se abrir à gratidão e souber individuar a passagem de Deus pela nossa vida.

Coragem

Coragem é outra palavra selecionada pelo Papa. É a palavra que Jesus diz aos discípulos quando, incrédulos e assustados, O veem caminhar sobre as águas. A mesma incredulidade quando estamos para abraçar um estado de vida, que seja o matrimônio, o sacerdócio ordenado ou a vida consagrada.

Esta é a minha vocação? Estou no caminho certo? O Senhor pede isto a mim? Considerações, justificações e cálculos fazem perder o ímpeto e paralisam na margem de embarque.

“O Senhor sabe que uma opção fundamental de vida exige coragem. Ele conhece os interrogativos, as dúvidas e as dificuldades que agitam o barco do nosso coração e, por isso, nos tranquiliza: «Não tenhas medo! Eu estou contigo».”

Tribulação

Toda a vocação requer empenho e aqui entram em jogo as tribulações, que o Papa prefere chamar “fadigas”. Se nos deixarmos levar pelas responsabilidades que nos esperam ou pelas adversidades que surgirão, logo desviaremos o olhar de Jesus e, como Pedro, arriscamos naufragar.

Pelo contrário, exorta Francisco, a fé permite caminhar ao encontro do Senhor Ressuscitado e vencer as próprias tempestades. “Pois Ele estende-nos a mão, quando, por cansaço ou medo, corremos o risco de afundar e dá-nos o ardor necessário para viver a nossa vocação com alegria e entusiasmo.”

Louvor

Por fim, o louvor. Quando Jesus sobe para o barco, cessa o vento e aplacam-se as ondas. “É uma bela imagem daquilo que o Senhor realiza na nossa vida e nos tumultos da história, especialmente quando estamos em meio à tempestade.”

O Papa reconhece a fadiga, a solidão, o risco da monotonia que pouco a pouco apaga o fogo ardente da vocação e cita novamente as palavras de Cristo: “Coragem, não tenhais medo! Jesus está ao nosso lado (…) E então a nossa vida, mesmo no meio das ondas, abre-se ao louvor”.

O Pontífice então conclui:

“Caríssimos, especialmente neste Dia de Oração pelas Vocações, mas também na ação pastoral ordinária das nossas comunidades, desejo que a Igreja percorra este caminho ao serviço das vocações, para que cada um possa descobrir com gratidão a chamada que Deus lhe dirige, encontrar a coragem de dizer «sim», vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de louvor, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro.”

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