Futuro sombrio para a liberdade religiosa no Afeganistão

Taliban fighters on a pick-up truck move around a market area, flocked with local Afghan people at the Kote Sangi area of Kabul on August 17, 2021, after Taliban seized control of the capital following the collapse of the Afghan government. (Photo by Hoshang Hashimi / AFP)

Presidente da fundação “Ajuda À Igreja que Sofre” expressa profunda preocupação com a tomada do poder pelo Talibã

Thomas Heine-Geldern, presidente executivo da Fundação Pontifícia “Ajuda À Igreja que Sofre”, expressou profunda preocupação com a liberdade religiosa no Afeganistão depois que o Talibã tomou o poder.

“Durante o governo do Emirado do Afeganistão anterior (1996 a 2001), o Talibã impôs uma versão estrita da lei sharia em todo o país. Podemos esperar que o islamismo sunita seja a religião oficial, a lei islâmica seja reimposta e as liberdades conquistadas a duras penas para os direitos humanos, incluindo uma medida relativa de liberdade religiosa, nos últimos 20 anos sejam revogadas”, disse o presidente.

Para o presidente da fundação, não há muita esperança diante do cenário atual:

“Nossa análise, infelizmente, não deixa muito espaço para esperança. Todos aqueles que não defendem as visões islâmicas extremistas do Talibã estão em risco, mesmo os sunitas moderados. Os xiitas (10%), a pequena comunidade cristã e todas as outras minorias religiosas, já ameaçadas, sofrerão uma opressão ainda maior. Este é um grande revés para todos os direitos humanos e especialmente para a liberdade religiosa no país.”

Estímulo à violação da liberdade religiosa

Thomas Heine-Geldern ainda afirmou que vários países estão se simpatizando pelo novo emirado, o que pode incentivar regimes totalitários no mundo e comprometer a situação dos cristãos. Disse ele:

“O reconhecimento internacional do Talibã também funcionará como um ímã para grupos islâmicos radicais menores, criando uma nova constelação de facções terroristas religiosas que poderiam suplantar formações históricas como a Al-Qaeda e o grupo Estado Islâmico. Entre outras, as áreas de preocupação incluem Paquistão, Palestina e a província de Idlib, na Síria. A situação dos cristãos e de outras comunidades religiosas minoritárias que já sofrem opressão se deteriorará ainda mais”.

Oração e proteção dos direitos

O presidente da AIS também exortou a todos a rezarem diante deste período “perturbador”:

“A ACN incentiva a comunidade internacional a levantar a voz na proteção dos direitos humanos de todos os cidadãos do Afeganistão, especialmente considerando que estimamos que a liberdade religiosa estará particularmente ameaçada. Também chamamos nossos benfeitores e amigos para continuar a orar durante este período profundamente perturbador da história do Afeganistão”.

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