Raimundo de Lima – Vatican News
Um agradecimento ao Senhor pela peregrinação a Chipre e à Grécia, onde esteve em sua 35ª viagem apostólica internacional, realizada de 2 a 6 de dezembro, e a todas as pessoas que o acompanharam com suas orações, bem como às populações dos dois países, suas autoridades civis e religiosas, pelo afeto e gentileza com as quais o acolheram. Assim se expressou o Santo Padre após a oração do Angelus – esta quarta-feira, 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição -, conduzida pelo Pontífice com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
Chipre, pérola de rara beleza, ferida pelo arame farpado
“Chipre é uma pérola no Mediterrâneo, uma pérola de rara beleza, mas carrega a ferida do arame farpado, a dor por um muro que a divide. Em Chipre me senti em família; encontrei em todos irmãos e irmãs. Carrego no coração cada encontro, em particular a Missa no estádio de Nicósia”, disse Francisco.
“Fiquei emocionado com meu querido irmão ortodoxo Chrysostomos, quando me falou sobre a Igreja Mãe: como cristãos seguimos diferentes caminhos, mas somos filhos da Igreja de Jesus, que é Mãe e que nos acompanha, nos protege, nos faz seguir adiante, todos irmãos. Meu desejo para Chipre é que seja sempre um laboratório de fraternidade, onde o encontro prevaleça sobre o confronto, onde se acolhe o irmão, sobretudo quando pobre, descartado, emigrado. Repito que, diante da história, diante dos rostos daqueles que emigram, não podemos nos calar, não podemos olhar para o outro lado.”
O Pontífice ressaltou que em Chipre, como em Lesbos, pôde olhar nos olhos este sofrimento. “Por favor – exortou -, olhemos nos olhos os descartados que encontramos, deixemo-nos ser provocados pelos rostos das crianças, filhos de migrantes desesperados. Deixemo-nos comover pelo sofrimento deles para reagir à nossa indiferença; olhemos para seus rostos, para nos despertar do sono do hábito!”
Acolhida fraterna também na Grécia
Em seguida, o olhar do Santo Padre voltou-se para a Grécia, segunda etapa desta sua viagem apostólica. Francisco disse pensar com gratidão no país helênico. “Lá também recebi uma acolhida fraterna”, frisou.
Em seguida, o Papa lembrou o abraço ao querido arcebispo ortodoxo Ieronymos:
“Primeiro, me recebeu em sua casa e, no dia seguinte, ele veio me visitar. Guardo no coração esta fraternidade. Confio à Santa Mãe de Deus as muitas sementes de encontro e de esperança que o Senhor espalhou nesta peregrinação. Peço-lhes que continuem rezando para que possam germinar na paciência e florescer na confiança.”
Conclusão do Ano de São José
Por fim, o Pontífice ressaltou que este 8 de dezembro marca o encerramento do Ano dedicado a São José, Patrono universal da Igreja. E que na sexta-feira, dia 10 de dezembro, o Jubileu de Loreto chegará ao fim. “Que a graça desses eventos continue operando em nossas vidas e de nossas comunidades. Que a Virgem Maria e São José nos guiem no caminho da santidade!”, pediu Francisco em forma de oração.