Famílias misericordiosas!

    Sempre por ocasião do domingo da Sagrada Família, dentro desta oitava do tempo bonito do Natal, lembro-me, com saudade e grande gratidão do amor verdadeiro de uma autêntica família cristã. Estou me referindo, sem nenhum medo de errar, aos meus queridos e venerandos progenitores. Meu papai se chamava João Custódio Veloso e minha mãe se chamava Ana Maria Betarello. Eram homens muito simples. Viviam do Evangelho e da confiança absoluta em Deus. Desde criança aprendi aos rudimentos da fé com meus pais, que trabalhavam duro para manter nossa família, que era numerosa, éramos sete irmãos, todos muitos unidos e sempre confiando antes de tudo em Deus, “Deus providetur! Éramos sete irmãos que todos trabalhavam para ajudar no orçamento familiar. Meu pai e a minha mãe eram profundamente devotos de Nossa Senhora e sempre nos ensinaram a colocar a confiança absolutamente em Deus. Rezavam diariamente o terço em família e era comum vê-los rezando quando estavam trabalhando.  Minha mãe era uma senhora que vivia o tempo todo rezando santificando-se dentro da vida familiar.
    Porque quis dar este meu testemunho? Porque hoje, infelizmente, a grande maioria dos jovens não quer um compromisso sério, como o sacramento do matrimônio, assim querido na união de um homem com uma mulher, para ter filhos e educa-los na fé, como nos ensinou Jesus. Hoje se conjuga o verbo ficar. Ficar é aquilo que não se tem compromisso. Nós precisamos incutir nas novas gerações que sem casamento, sem filhos, o mundo corre o sério risco de não ter os nossos sucessores.
    Nós nascemos, fomos criados, nos movemos e somos seres profundamente comunitários. E como homens e mulheres criados à imagem e semelhança de Deus nossa primeira vocação é como geradores e promotores da vida, o maior dom que Deus concedeu aos homens e as mulheres em todos os tempos. Vida que é graça gerada e dada, gratuitamente, a cada um de nós.
    O casamento cristão tem as suas dificuldades. Todos os casais, passam por crises. Uns mais e outros menos. Mais eles se fortalecem na unidade matrimonial e nos filhos que são a alegria do casal.
    Ensinou o Papa Francisco que: “Podemos dizer que a vida familiar é um conjunto de pequenas e grandes peregrinações”, disse o Papa. Ensinar as orações, explicou, também é uma peregrinação: a peregrinação de educar à oração. Para o Santo Padre Francisco, não há nada de mais belo para um pai e uma mãe do que abençoar os seus filhos no início do dia e na sua conclusão, fazendo na sua testa o sinal da cruz. “Não será esta, porventura, a oração mais simples que os pais fazem pelos seus filhos?” Ou ainda, rezando juntos antes das refeições, para aprender a partilhar com quem se encontra em dificuldade: “Trata-se sempre de pequenos gestos, mas que expressam o grande papel formativo que a família possui”. “Como é importante para as nossas famílias peregrinar juntos, caminhar juntos e ter a mesma meta em vista! Sabemos que temos um percurso comum a realizar; uma estrada, onde encontramos dificuldades, mas também momentos de alegria e consolação.”
    De minha, parte, quero abraçar a todas as famílias e encorajá-los em ter confiança em Deus. Vamos dialogar muito neste ano da misericórdia. Vamos aprender a perdoar. Vamos aprender a ter compaixão. Neste ano extraordinário da misericórdia as famílias são convidadas a serem escolas da misericórdia e da compaixão.

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