Família: lugar da esperança

    Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial. O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o Concílio Ecumênico Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de “Igreja doméstica”. É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé.

    Sabemos que o lar é a primeira escola do mundo e da vida cristã. É uma escola de enriquecimento humano.  Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (n. 2205).

    Deus quis que a atividade educadora e criadora da família fosse o reflexo de da obra. O casal que constitui uma família está participando com o Pai na criação do mundo. A família é a célula originária da vida social. É a sociedade natural na qual o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. O Papa São João Paulo II sempre disse que o futuro da humanidade passa pela família.

    Podemos perceber, ao refletir sobre tudo isto, que a vivência do amor, da justiça, da solidariedade nasce na família para, depois, se expandir para toda uma sociedade. Para seguir o projeto de Deus e, consequentemente, para vivermos a felicidade em plenitude, é preciso, aqui na terra, aqui neste mundo que tanto tenta destruir a família, é preciso que saibamos defendê-la, porque ela é o esteio da sociedade e é nela que podemos cultivar, desde a mais tenra infância, a fé, a esperança e a caridade, virtudes que farão deste mundo um mundo melhor e que, com toda a certeza, nos levarão à glória do Pai.

    Vive-se a família um projeto onde não deve jamais haver o “meu” ou o “teu”, mas somente o “nosso”. E isso só acontece porque nela se vive o amor. Esse amor nasce de uma profunda admiração pela pessoa do outro, na certeza de que só é feliz si se fizer o outro feliz. Esse amor faz com que a relação homem e mulher seja estável e duradoura. Casamento não é coisa descartável. Essa ideia deve estar clara principalmente na mente dos jovens, constantemente bombardeados pela televisão, revistas e novelas que os fazem acreditar que o casamento é coisa provisória. Que pouco importa a realidade dos filhos…e que a infidelidade está na moda. Essa realidade desvirtuada sobre casamento, infelizmente, faz com que casais se juntem, a maioria por causa de uma gravidez indesejada, imaturos e despreparados, gerando filhos que, quase na certa, vão ser educados por avós, babás, ou creches, os chamados pais substitutos.

    A toda essa ideia enganosa de casamento, nós, cristãos, temos a oferecer ao mundo, como modelo a “família cristã”, a exemplo da Sagrada Família de Nazaré. A família cristã é a união de pessoas batizadas. Pessoas, ao mesmo tempo, santas e pecadores em processo de santificação e que procuram viver da fé em Jesus. É no seio dessa família cristã que os filhos descobrem Deus, e principalmente que Deus é “Amor”.

    A família cristã é o espaço de vivência do Evangelho: pois dentro dela os filhos aprendem a conhecer a Bíblia: aprendem a rezar, a partilhar e a perdoar. Pais e mães cristãos tem consciência de que são os primeiros educadores de seus filhos na fé e sabem que não podem delegar a tarefa de educação religiosa nem só para o padre e nem só para o catequista. São João Paulo II declarou: A família missionária é a esperança do novo milênio.

    É um recado grave para nós. A família não pode se fechar sobre si mesma! Pais, mães e filhos devem sair para fora dos limites de seus lares para santificar seus vizinhos, sua rua, seu bairro. Participar de suas comunidades paroquiais para, junto com outras famílias, mudar estruturas, corações e mentalidades. Colaborar, em última análise, na implantação do Reino de Deus na terra.

    Igreja, ela tem um papel capital onde se encontra, quer seja no bairro, na cidade, vila, paróquia, diocese ou nas culturas onde está inserida. A família é uma manifestação local, corporal, da comunhão eclesial. O Vaticano II diz que a família é “o santuário da Igreja em casa” (AA 11). O amor da Igreja pela humanidade, na missão de Cristo, transparece nesta comunhão de pessoas.

    De fato, não há nenhuma história familiar banal, porque cada história de amor, que está na sua base, reenvia à última fonte, a Providência que dá sentido a todas as vidas e conhece todos pelo nome. As crianças são filhos de Deus confiados aos pais, e os pais são como que aqueles que os conduzem ao Criador e salvador. Assim, a família, na sua expressão concreta, representa a Encarnação de todo o amor cristão, porque fundada sobre a graça batismal pertence ao mistério da Igreja.

    Depois de uma bela preparação a família começa a se concretizar na celebração matrimonial. Como é bom ao coração do Bispo Diocesano poder celebrar um matrimônio. E se um já é uma alegria, quanto mais quase 3 centenas! O casamento comunitário anual na Catedral é dessas alegrias que enchem o coração do Pastor de felicidade pelas famílias que pedem a bênção de Deus e da Igreja para o seu matrimônio sacramental, graça e santidade para o casal. Levo meus cumprimentos e as bênçãos de Deus a todos os queridos casais que recebem a bênção nupcial sacramental, no casamento comunitário, assistido por mim auxiliado por dezenas de padres e diáconos para ouvir o consentimento, neste sábado, dia 21 de setembro, memória de São Mateus, Apóstolo, Rezo e espero que as famílias, alicerçadas pelo fogo novo do Evangelho, sejam modelos de evangelizadores e casas de santificação familiar e modelo para a Igreja e para o mundo. Que Deus lhes dê a graça de ver e conviver com os filhos de seus filhos, Amém!

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