Falece Cláudio Pastro, maior nome da arte sacra brasileira

Autor das obras sacras do Santuário Nacional de Aparecida, Cláudio Pastro era um dos nomes mais renomados da arte plástica do Brasil.

Faleceu na madrugada desta quarta-feira, 19 de outubro, no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo (SP), o artista sacro Cláudio Pastro. O corpo será velado no Mosteiro Nossa Senhora da Paz, em Itapecerica da Serra. Seu sepultamento acontecerá às 16h, no cemitério do Mosteiro, precedido da Eucaristia em ação de graças por sua vida e ressurreição.

“Rezemos ao bom Deus que acolha em sua casa este servo bom e fiel!”, declarou o arcebispo de Diamantina (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, Dom Darci José Nicioli, ao divulgar a notícia nas redes sociais. “Este irmão, com quem pude ter boa amizade, e que serviu a Igreja no Brasil e em outras partes do mundo, com seu dom extraordinário na área litúrgica. Na ressurreição, vai cantar as maravilhas de Deus eternamente”, declarou dom Gil Antonio Moreira, responsável pelos bens culturais no Regional Leste 2 da CNBB.

O artista sacro de Aparecida

Cláudio Pastro era considerado por especialistas de arte sacra como o brasileiro mais expressivo da atualidade nesta área. Paulistano, nascido em 16 de outubro de 1948 em uma família católica, é especializado em arte sacra e tem suas obras baseadas no Concílio Ecumênico Vaticano II.

Grande devoto da espiritualidade beneditina recebeu o título de oblato. Já reformou centenas de igrejas no Brasil e no exterior.

Formado em Ciências Sociais pela PUC, em 1972, se dedicava à arte sacra desde 1975, tendo cursado teoria e técnicas de arte na Abbaye Notre Dame de Tournay (França), no Museu de Arte Sacra da Catalunha (Espanha), na Academia de Belas Artes Lorenzo de Viterbo (Itália), na Abadia Beneditina de Tepeyac (México) e no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

Entre diversos trabalhos realizados em diversos lugares do mundo, se destaca o acabamento do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, onde atuam os Redentoristas de São Paulo, além de trabalhos realizados nos conventos da Província.

Infância

Pintando desde os cinco anos de idade, Pastro usava os papéis de pão que a mãe Aloísia, chamada por todos de Luizita, guardava para ele desenhar e rabiscar.

No campo artístico recebeu influência do pai, que o presenteou com um Long Play, um vinil, com o Lago do Cisne, de Tchaicowky, e das Irmãzinhas da Assunção, cujo mosteiro localizava-se na Alameda Lorena, bem em frente à casa em que a família morava.

Suas primeiras obras foram na capela do Mosteiro Nossa Senhora da Paz em São Paulo. Vieram então as criações para o Colégio Santo Américo e para outras igrejas. Aos poucos foi se tornando conhecido.

Cláudio Pastro, juntamente com o fotógrafo Fabio Colombini, é autor do Livro Aparecida.

O Santuário Nacional de Aparecida

Responsável pela preparação do maior Santuário mariano do mundo, Claudio Pastro está à frente da concepção artística, criação de painéis, vitrais e tantas obras da Basílica de Aparecida desde 1999. Entre tantas obras é autor do Nicho que abriga a imagem de Nossa Senhora Aparecida  e da Cúpula Central, em fase de finalização na Basílica de Aparecida.

Eu fico muito feliz pelo privilégio de ter sido escolhido e por ouvir que as pessoas mais simples e as mais sofisticadas tem o mesmo sentimento: ao entrar na Basílica não querem sair.

Ao caminhar pelos corredores do Santuário Nacional, nota-se a grandiosidade da Basílica dedicada a Padroeira do Brasil e observa-se o colorido e os traços marcados pelas obras de Pastro.

Também é autor do monumento em homenagem aos 300 anos do encontro de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba, inaugurado recentemente nos jardins do Vaticano, em Roma, no Santuário Nacional, em Aparecida (SP) e futuramente em Brasília (DF) na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Em entrevista recente e exclusiva ao A12.com, Pastro explicou o significado da peça dedicada a Padroeira.

Clique aqui para assistir.

Cláudio Pastro ainda falou sobre a catequese de suas obras sacras e do privilégio de conceber tantas obras.

“Esta igreja é única! Temos uma Basílica, onde a manifestação de Deus, a verdade e a gratuidade resultam em beleza, luz, esplendor. Eu fico muito feliz pelo privilégio de ter sido escolhido e por ouvir que as pessoas mais simples e as mais sofisticadas tem o mesmo sentimento: ao entrar na Basílica não querem sair. Isso basta. Nem todo mundo entende, pois a fé é um crescimento interno e essas obras são um convite para isso”, afirmou.

 

Fonte: A12 Noticias

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