Deus vem ao encontro do homem especialmente nos momentos de necessidade. O Deus dos profetas e de Jesus é aquele que toma a defesa dos pobres e dos fracos. Ele não está nos fenômenos naturais grandiosos e violentos, mas no sopro leve da brisa, como que significando a espiritualidade e intimidade das manifestações de Deus ao homem.
A comunidade cristã vive uma existência atormentada pela hostilidade das forças adversas, que se manifestam nas perseguições e dificuldades internas e externas. Unicamente com suas forças, ela não chegaria ao fim do caminho. Mas Jesus ressuscitado está presente no meio dos seus; embora invisível, ele os assiste.
A forma como Elias experimenta Deus é diferente da de Moisés: Javé não está no furacão que racha as montanhas e quebra os rochedos, nem no terremoto ou no fogo, elemento extraordinário das manifestações de Deus no Êxodo, mas no murmúrio de uma brisa suave quase imperceptível.
Elias tem que fazer uma experiência nova de Deus, que não mais se serve dos fenômenos espetaculares da natureza para se manifestar.
Elias sente que a experiência com Javé é totalmente diferente em relação às anteriores: a majestade de Deus se manifesta nas coisas quase imperceptíveis, como a brisa da manhã. Não é majestade que apavora e espanta, mas cativa e transmite serenidade. Aí reside a novidade da experiência de Deus. Ao fazê-la percebe-se que só Javé pode ser considerado Deus, pois só Ele “faz sair” da caverna para a comunhão e compromisso com Ele.
Vento e fogo estão associados à vida de Elias, homem impetuoso e fogoso por caráter. Sua missão anterior e posterior a essa experiência o demonstra: era um demolidor.
Contudo, encontra Deus na solidão da montanha e no silêncio da brisa mansa, longe do tumulto. Ouvindo o vento suave, ele cobre o rosto com o manto, pois aí percebe a presença de Javé.