Exaltação da Santa Cruz

     Texto inspirante: “Olharão para aquele que transpassaram”. (Jo 19,37)

    • – A Cruz, antes de Jesus, era apenas, o mais temido instrumento de tortura e de morte. Um cidadão romano, não podia ser condenado e executado no lenho da Cruz: ele era cidadão. Livre. Tinha seus direitos garantidos. Somente, os maiores criminosos podiam ser assim executados. Jesus não escolheu a Cruz. Foi-lhe imposta e a aceitou, porque nos amava e queria, convictamente, nossa salvação. Também, não foi o Pai (como afirmam alguns), que sem coração, teria planejado, a condenação tão cruel do Filho. Devo dizer: não e não. Nossa salvação foi decisão da Trindade Santíssima. A ocasião foi o pecado, mas a causa, a infinita misericórdia de Deus. Além do mais, não podiam condenar ninguém a morte. Podiam sim, gritar como de fato fizeram: “crucifica-O, crucifica-O”. Fizeram-no tanto, que Pilatos, covarde, deliberou. O inocente foi então para a Cruz e o mal feitor, Barrabás, foi solto. Para eles Jesus valia menos que um criminoso.
    • – Jesus aceitou, amorosamente, a Cruz, como instrumento de nossa salvação. Para isso veio. Fez-se homem. Viveu sua missão impecavelmente e mostrou, assim, o rosto amoroso do Pai. Para Jesus seu amor redentor, era maior que todas as crueldades, humilhações e sofrimentos possíveis. Mesmo sentindo as próprias forças se esvaindo e até o aparente abandono do Pai, gritou de dor. “Pai, por que me abandonaste?” Mas concluiu, “em tuas mãos entrego meu espírito.” (Lc 23,46). Jesus mostrou em sua carne, os efeitos da maldade e a crueldade do pecado. Deixou, porém, ainda mais claro e convincente o amor infinito de Deus pela criatura humana. Não está na hora de meditá-lo, contemplando a face de nosso maior benfeitor?
    • – Exaltação da Santa Cruz: a comemoração de hoje. Essa memória tem longa história. Já nos tempos apostólicos, ela se tornara símbolo da nossa redenção. A Igreja não quer que esqueçamos a suma injustiça da crucificação de Jesus. Para melhor compreensão do sentido da Cruz, cito para a leitura, alguns versículos: (Ef 2,16; Cl 1,20; 1Cor 2, 8). São Paulo, tendo bem compreendido o valor e o sentido da Cruz, pode escrever: “Não quero gloriar-me, senão na Cruz de Jesus Cristo.” (Gl 6, 14). A exaltação da Santa Cruz, visa levar os cristãos a redescobrirem o mistério central de nossa salvação, contemplando a Cruz com o crucificado.  Por que não? O que fez Moisés, a mando do Senhor, no deserto? (Nm 21,8).
    • – Nós não adoramos a Cruz, mas o crucificado. Ele nos salvou pregado nela. O mistério da crucificação, morte e ressureição é no fundo a grande verdade, que ainda não foi bem compreendida. De nada teria adiantado Jesus morrer na Cruz, se morrendo, não ressuscitasse. A ressureição foi o definitivo “amém” do Pai, a missão de Jesus. Se, Cristo venceu: ressuscitou. Não morre mais.
    • – Conclusão. Não basta ler os textos bíblicos que narram a crucificação de Jesus. É preciso entendê-los. Contemplá-los, meditando-os. Jesus não comprou nossa salvação. Ele a conquistou, derramando seu sangue. Isso não pode ser esquecido.  Nossa salvação custou caríssimo: a Cruz. Nela morreu o Salvador.

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