A Irmã Angelina Semedo Moreira, caldo-verde, é natural da Ilha de Santiago, cidade de Santa Catarina. Fez os seus primeiros votos, na Congregação das Missionárias Espirituosas, em 1979.
A sua formação como religiosa, levou-a a Portugal, França e Suíça. Regressada a Cabo Verde em 1987, formou-se primeiro em Magistério Primário (tendo ensinado) e depois em Língua Francesa, no Instituto Superior de Educação, passando a lecionar Francês num dos dez liceus da Cidade da Praia: o Liceu Pedro Cardoso.
Apaixonada pelo ensino, sente-se feliz quando vê que o aluno avança e singra na vida. E é uma das coisas que mais a tem marcado na vida, para além da satisfação da vida religiosa. Aliás, dedicar-se de corpo e alma à sua profissão, ajudando os alunos em dificuldades, é vista por ela como uma forma de atuação da sua missão religiosa.
Missionária, com o dever de levar o Evangelho a todas as criaturas, já esteve em missão no Senegal e Camarões. Guarda boas recordações da riqueza cultural e espiritual que representou para ela essa experiência.
Quanto à vida religiosa em Cabo Verde, considera que as religiosas precisam de mais formação humana e religiosa para atuarem de forma mais cabal na evangelização. Algo que faz falta sobretudo quando se é missionário/a, mas paradoxalmente, ser membro duma Congregação Missionária torna a formação mais difícil, devido às deslocações frequentes.
Quanto à existência de um número cada vez maior de leigos formados em Cabo Verde, a Irmã Angelina considera que isto nada tira às religiosas, pois há espaço para todos e podem sempre trabalhar em complementaridade. O povo continua a precisar da presença e ação das religiosas – afirma na primeira parte da ampla entrevista que concedeu a 18 de Junho passado na Cidade da Praia. Na segunda, a ouvir daqui a uma semana, fala da necessidade duma pastoral de conjunto, do papel das religiosas na Igreja, e das razões, segundo ela, da escassez de vocações femininas em Cabo Verde.
Fonte: Rádio Vaticano