EU TAMBÉM VOS AMEI

    Neste 6º Domingo da Páscoa, seguimos em nossa caminhada de celebração do mistério Pascal e nos dispomos a preparar a realidade de Pentecostes, amparados pela intercessão e proteção de Maria Santíssima.

    Este é o segundo domingo de maio: mês de Maria e aqui no Brasil, dia das mães. Vamos pedir as bênçãos de Deus sobre todas elas, que as guarde, proteja e que façam a diferença neste mundo tão órfão que hoje temos. O carinho próprio da maternidade faz a diferença na vida de todos os seres humanos. Rezamos pelas mães falecidas e por todas as mães que assumem a maternidade espiritual, do cuidado com as pessoas, na adoção. Que Maria inspire a todas as mulheres nessa missão de poder cuidar dos filhos de Deus. Nosso abraço e nossas orações a todas as mães e nosso pedido de intercessão a Maria por todas elas neste dia.

    Neste domingo, caminhando para o final do tempo Pascal (nos próximos domingos celebraremos a ascensão do Senhor e depois a solenidade de Pentecostes, preparada por uma novena ou semana; teremos a semana de oração pela unidade dos cristãos, o dia das comunicações sociais no domingo da ascensão, além de celebraremos desde março o ano da família e desde o ano passado, o ano de S. José. Neste mês de maio estamos rezando a maratona de orações pelo fim da pandemia, a pedido do Papa Francisco.Todos estes eventos nos levam a ser sinais da presença do Senhor em meio à sociedade. Neste mundo tão marcado por dores e sofrimentos, sabemos que quanto mais adentrarmos e contemplarmos os mistérios da fé, mais passaremos fazendo o bem e seremos sinais de esperança em meio aos homens. A fé, sustendo de nossa vida interior, é rocha firme e segura em meio às instabilidades do tempo.

             A liturgia deste domingo vem destacando mais uma vez o essencial da nossa união com Deus e de nossa vida de fé: fazer viva e palpável realidade do amor. O Evangelho deste domingo (Jo 15,9-17), é continuação do Evangelho de Domingo passado. Estamos ainda no capítulo 15 de São João: aí Jesus revelou-se como a videira verdadeira, cujo agricultor é o Pai e cujos ramos somos nós. Estamos enxertados no Cristo morto e ressuscitado; somos ramos seus, vivendo da sua seiva que é o Espírito Santo, “Senhor que dá a vida”, Espírito de amor derramado em nossos corações (Rm 5,5). Porque temos o Espírito do Cristo, vivemos do Cristo e, no Espírito, o próprio Cristo Jesus habita em nós e nos vivifica.

              O Senhor na liturgia nos fala do Amor: “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor“. O amor de que fala Jesus é o amor-caridade, o amor de Deus, o amor que é fruto da presença do Espírito de amor, o Espírito Santo. Na Escritura, falar de amor, de glória, de presença e de poder de Deus é falar do Espírito Santo! Pois, podemos agora compreender a profunda afirmação de Jesus: “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei“.  Este amor refere-se à relação de Jesus com os discípulos e à missão que os discípulos serão chamados a desempenhar no mundo. A relação do Pai com Jesus é modelo da relação de Jesus com os discípulos. O Pai amou Jesus e demonstrou-lhe sempre o seu amor; e Jesus correspondeu ao amor do Pai, cumprindo os seus mandamentos.  A certeza de que Deus nos ama é a raiz da alegria e do gozo cristão, mas ao mesmo tempo exige a nossa correspondência fiel, que deve traduzir-se num desejo fervoroso de cumprir a Vontade de Deus em tudo, isto é, os seus mandamentos, à imitação de Jesus Cristo que cumpriu a vontade do Pai (Jo 4,34).

             Como o Pai amou o Filho? No Espírito de amor! Desde a eternidade, o Santo Espírito é o laço, o vínculo de amor que une o Pai e o Filho numa única e indissolúvel. Na sua vida humana, Jesus foi sempre amado pelo Pai no Santo Espírito. Basta recordar quando o Pai derrama sobre ele o Espírito, no Jordão, exclamando: “Este é o meu Filho amado, em quem eu me comprazo” (Mt 3,17). Eis: o Pai declara o seu infinito amor pelo Filho, derramando sobre ele, feito homem, seu Espírito de amor. Jesus é o Filho amado porque nele repousa o Amor-Deus Espírito Santo! Escutemos: “Como o Pai me amou no Espírito, eu também vos amei! Dei-vos o meu Espírito de Amor, que agora habita em vós! Permanecei no meu amor, isto é, deixai-vos guiar pelo meu Espírito, vivei no meu Espírito!” Como as palavras de Jesus são profundas! Ainda uma palavra da Escritura: “Nisto reconhecemos que permanecemos nele e ele em nós: ele nos deu o seu Espírito!” (1Jo 4,13).

             Na primeira Leitura, vemos o discurso de Pedro na Casa de Cornélio (At 10,25-26.34-35.44-48), onde a centralidade do discurso está na frase de Pedro, ao afirmar que Deus não exclui ninguém: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença.” O relato nos conta que logo após isso, desceu sobre todos eles o Espírito Santo, até mesmo sobre os pagãos. As maravilhas do amor de Deus não deixam de surpreender a lógica e os esquemas humanos.

             O Apóstolo e Evangelista São João, na segunda leitura, tem uma das mais profundas e completas definições de Deus: “Deus é amor” (1 Jo 4,7-10). Abre nossos olhos para a presença de Deus, sob dois aspectos: o amor que se revela na doação de Cristo por nós e o amor que devemos praticar para com os filhos de Deus, sendo que o primeiro é modelo e fundamento do segundo. Se Deus é o amor, o amor deve estar presente na vida dos filhos de Deus.

             A contemplação das maravilhas do Amor de Deus vem nos levando para a proximidade de Pentecostes. Que o amor do Senhor, que faz novas todas as coisas, nos sustente e nos ampare em nossa vida de fé. Rezemos por todos os que sofrem ou por todos os que passam necessidades. Rezemos pelas mães falecidas e por aquelas que padecem pela perda de seus filhos. Que Maria, nossa Mãe, seja sustento e amparo em nossa caminhada. Deus abençoe e guarde a todos.

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