“Estava na prisão e fostes me visitar” (Cf. Mt 25, 36).

    A missão dos agentes da Pastoral Carcerária está intrinsicamente ligada ao ensinamento maior de Jesus Cristo, de amar a Deus através do nosso irmão, nos assemelharmos a Ele, amando, perdoando, servindo e jamais excluindo o próximo. Assim, nosso olhar para as pessoas presas, suas demandas sociais e dores da alma, deve ser permeado de misericórdia.

    A acolhida das pessoas privadas de liberdade passa, também, pela escuta. Muitas vezes, nossos irmãos presos estão angustiados e só precisam desabafar sem medo de mais julgamentos. Sabemos que as pessoas são maiores do que seus crimes e pecados, portanto, devem ser acolhidas pelos cristãos e toda a sociedade. Essa capacidade vem de Deus e o trabalho da Pastoral é, justamente, mostrar que em cada encarcerado está Jesus. Não devemos ficar indiferentes diante da sorte dos nossos irmãos e irmãs presos.

    Cada membro da Pastoral Carcerária tem um importante papel na restauração da dignidade e do caminho de libertação sem pecados e crimes do irmão encarcerado, em toda sua dimensão humana. Seja como evangelizador, missionário, religioso, padre, leigo ou leiga, o agente da Pastoral Carcerária atende a um chamado do próprio Deus, Jesus Cristo (Mt 25,36.43.45), vivenciado pelos seus apóstolos (At 5,18-21; 16,16-40) e seguidores (At 6,8-12) ao longo da história da própria Igreja.

    O Papa Francisco dirigindo-se aos capelães, religiosas, religiosos e voluntários  – os mensageiros do Evangelho entre as paredes das prisões – a palavra do Santo Padre foi: “Em frente!”. “Em frente, quando vocês entram nas situações mais difíceis com a única força de um sorriso e de um coração que escuta, em frente quando vocês carregam os fardos dos outros e os levam na oração. Em frente quando, em contato com a pobreza que vocês encontram, vocês veem sua própria pobreza. É um bem, porque é essencial antes de tudo reconhecer-se necessitados de perdão. Então as próprias misérias se tornam receptáculos da misericórdia de Deus; então, perdoados, tornam-se testemunhas credíveis do perdão de Deus, caso contrário corre-se o risco de levar a si mesmo e as próprias presumidas autossuficiências. Em frente, porque com sua missão vocês oferecem consolo. E é tão importante não deixar sós aqueles que se sentem sozinhos.” (https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-09/papa-francisco-policia-agentes-penitenciarios-vatiano.html, último acesso em 19 de outubro de 2019).

    “O Sonho de Deus, o mundo sem prisões” é o que orienta os trabalhos da Pastoral Carcerária. Jesus proclama a “libertação dos presos” (Cf. Lc 4, 18), portanto, não há trabalho pastoral sem uma intransigente e vigorosa defesa de um mundo cada vez mais livre do cárcere. Isso somente será alcançado com a presença católica nos presídios, envolvendo um processo evangelizador em defesa da justiça social, da construção da cidadania e do bem-estar de todos os nossos irmãos. A Pastoral Carcerária anseia que todo irmão e irmã encarcerado receba a possibilidade de ser contemplado pela ressurreição de Jesus e se torne um novo ser humano.

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