O Senhor se manifesta a todos os povos. A mensagem das leituras e da solenidade nos fala continuamente de luz. Na primeira leitura(Is 60,1-6), joga-se constantemente, com as palavras luz, glória, trevas, noite, aurora… Todas essas palavras são empregadas para indicar que a luz chegou para aqueles que estavam nas trevas. Quem vir à luz ficará irradiante, isto é, será capaz de refletir a luz, de oferecê-la a outros e de ser, ele próprio, luz para os demais.
Na Carta aos Efésios(Ef 3,2-3a.5-6), São Paulo fala de uma revelação que recebeu. Uma revelação é uma luz interior proveniente de Deus. O que essa luz revela é o projeto de Deus, a Boa-Nova da salvação para todos os povos e não apenas para os judeus. Isso é revelado a Paulo e a alguns outros – os apóstolos e os profetas – para que todos tenham conhecimento. Uma vez mais, compreendemos que os que recebem essa luz se tornarão, por sua vez, luz para os outros. E o Evangelho(Mt 2,1-12) nos conta o misterioso relato dos magos que vêm do Oriente, seguindo a luz de uma estrela. Trata-se de uma estrela cuja luz aparece e desaparece, mas eles a seguem com constância até encontrarem Jesus em Belém. Como sempre, o Evangelho nos oferece a chave para entendermos a mensagem da Palavra de Deus. A estrela, a luz de Deus revelada no alto do céu ou no coração dos magos os conduz diretamente a Jesus, que é a grande revelação, a grande fonte de luz, a salvação para um mundo que caminhava nas trevas. Agora já não é mais uma estrela distante que os guia. Aquela estrela desceu até nós, caminha conosco.
Aqueles que encontraram essa luz tornaram-se radiantes. Não poderia ser de outra maneira, porque ela é o próprio Deus. Mas não podem nem devem guardá-la para si próprios. Essa luz, essa Boa-Nova, citada por São Paulo, deve ser levada a todos, homens e mulheres. O mistério do amor de Deus deve ser comunicado universalmente. Este e não outro é o significado da Festa da Epifania, a manifestação de Deus.
Essa solenidade fecha a celebração do nascimento de Jesus, o Natal. Começamos com o Advento – quatro semanas dedicadas à preparação. Em seguida, o Natal, o nascimento de Jesus e, agora, ao término de alguns dias, celebramos que esse Jesus é o próprio Deus, feito homem, e promessa de salvação para todos os homens e mulheres do mundo, sem exceção.