Entidades ecumênicas realizam missão em apoio a tribos indígenas

Conic, Cese e Cebi promovem ação em apoio aos índios Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul

Reprodução/CeseEm apoio ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que atualmente sofre um processo de investigação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (MS), entidades realizarão, nos dias 7 e 8 de outubro, Missão Ecumênica em apoio aos Guarani-Kaiowá. A iniciativa é da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), em parceria com o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) e o Centro de Estudos Bíblicos (Cebi).

A chegada dos participantes a Campo Grande (MS) está prevista para a manhã de quarta-feira, 7. No mesmo dia, no período da tarde, haverá um ato ecumênico na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul em apoio aos povos indígenas.

Na quinta-feira, as atividades iniciarão com um momento de espiritualidade. Depois será feita uma visita às comunidades indígenas Apykai e Guyra Kamby’i, na região de Dourados (MS), que se encerrará com almoço do qual participarão as famílias indígenas.

A Cese, o Conic e o Cebi, diante da “situação alarmante” pela qual passam as tribos indígenas do Mato Grosso do Sul, com ameaças e ataques a mando de fazendeiros, “convocam igrejas, organismos ecumênicos e organizações que atuam na defesa de direitos” para a ação em apoio aos índios guarani-kaiowá, “ali representando os povos indígenas que, a cada dia, tombam em solo brasileiro”.

Entre as entidades que vão participar da ação, estão alguns organismos vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), como a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Cáritas Brasileira. Também estará envolvida a Misereor, obra episcopal da Igreja Católica na Alemanha para a cooperação ao desenvolvimento.
Entenda o caso

No dia 22 de setembro foi instalada, na Assembleia Legislativa, uma CPI com o objetivo, de acordo com os deputados estaduais envolvidos, de investigar “denúncias de incitação de conflitos por terras em Mato Grosso do Sul entre indígenas e ‘proprietários rurais’”.

Diante da ação dos deputados, vários movimentos sociais reuniram-se e realizaram atos na casa legislativa estadual, onde lançaram a campanha “Eu Quero: CPI do Genocídio!”, para contrapor a iniciativa e denunciar a violência sofrida pelas tribos no estado. Também houve encontro com arcebispo de Campo Grande, dom Dimas Lara Barbosa, em solidariedade ao Cimi.

Na ocasião, dom Dimas denunciou que a “CPI do Cimi” tem o objetivo de desviar o foco dos debates sobre os conflitos de terra que envolvem fazendeiros e indígenas. “A demarcação é a questão principal. Concordo com a indenização dos fazendeiros, mas a CPI do Cimi é para usar o Conselho como ‘bode expiatório’ e desviar o assunto sobre os territórios indígenas”, disse.

Para o Conselho Indigenista, a abertura da investigação foi feita “sem fato determinado, e sem demonstrar nenhum indício de ilegalidade por parte do Cimi”.

O Conselho ainda ressalta a ocorrência de mais de 390 assassinatos de índios no estado. Desde o fim de agosto de 2015 ocorreram dez ataques a tribos dos Guarani e Kaiowá.
Com informações e imagem da Cese e do Cimi

Fonte: CNBB

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