Dom Paulo Francisco Machado e História e Estórias da minha História.

    Dizem que um bispo tem coroado o seu ministério episcopal quando é convidado para sagrar outro bispo. Eu tive esta graça quando São João Paulo II me concedeu a ventura de ter um bispo auxiliar na pessoa de Dom Paulo Francisco Machado. Tive a graça de consagrá-lo para o Sumo Sacerdócio e convivi com ele, harmoniosamente, por mais de quatro felizes anos quando, infelizmente, tive que aceitar a decisão do Papa Bento XVI de nomear a Dom Paulo Francisco como Bispo de Uberlândia. Como é bom ter um bispo auxiliar que quando é nomeado para uma Diocese chega naquela Diocese já amado por seu clero e pelo seu povo. Assim se deu com Dom Paulo Francisco.
    Uma das características mais profundas de Dom Paulo Francisco Machado é a sua discrição e a sua fidelidade para com Deus, com a Igreja, amando acima de tudo o povo santo de Deus. Um bispo humilde, dedicado, delicado para as coisas de Deus e de fino, diria finíssimo trato para com todas as pessoas, particularmente os mais pobres e desprovidos de dons e de bens. Uma pessoa que nos alegra ter a sua convivência e a sua amizade.
    Antes mesmo da celebração do Natal tive a graça de receber, pelos correios, com autógrafo que muito me honrou o livro HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MINHA HISTÓRIA, editado pela Editora A Partilha, da lavra de Dom Paulo Francisco Machado, Uberlândia, dezembro de 2016.
    Imediatamente coloquei-me na leitura agradável do livro de 144 páginas que é dividido em seis partes: I – Humor; II – Família; III – Conversão; IV – Santos; V – Amor; VI – Outros contos, seguido da Bibliografia.
    O livro tem uma estrutura uniforme em todas as suas seis partes: inicia-se com uma explicação da respectiva parte. Depois vem os artigos ou melhor as histórias e estórias da história de Dom Paulo sempre precedido de uma citação bíblica, quer do antigo como do novo Testamento, a citação de um pensador, de um santo, de humanista, de um místico. Segue o resumo do conto e o conto propriamente dito.
    Fiquei saboreando, como se saboreia uma guloseima, as histórias que falam de fé, de família, de cortesia, de caridade, de conversão, de estoicismo, de Deus, dos pobres, das virtudes, dos santos, do Cristo, da santidade, das quatro virtudes cardeais, da confiança em Deus, dos pecadores, da convivência, do pai amoroso, da verdade, do agir, da alegria de um leproso. Ah os contos são fantásticos: o sapateiro, o grande marajá, o coche do filho do rei, o jarro nas costas, paixão mortal, amor heroico, via láctea, as quatro letras e os quatro sentidos, a escolha, grandeza e baixeza, movidos pela ambição, a verdade, visarion e os dois contos de Tolstoi.
    Realmente meu tempo de Natal, com a preparação próxima, o dia de Natal e a sua oitava, este tempo que precede a Epifania tem sido de “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade” com a leitura deste livro que me fez agradecer muito ao Menino Jesus a graça de ter consagrado Bispo e de ter sido companheiro de trabalho harmonioso, de uma Arquidiocese de Juiz de Fora que vivia em unidade, quando éramos como um só coração a servir ao povo de Deus desta Igreja Metropolitana.
    Dom Paulo Francisco em tempos difíceis em que muitos querem perseguir e punir ao invés de amar e acolher, na pág. 96 de seu livro está o centro do seu livro e a ternura da sua vida abençoada de padre e bispo, quando repete a parábola do pai amoroso: “comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e se achou”.
    Ser bispo é servir a Igreja e ao povo de Deus. Ser bispo é ter atitude de compaixão e não se servir da Diocese ou da Igreja. Ser bispo é aquilo que o senhor tem feito nestes anos todos: ser o rosto misericordioso do Pai das Misericórdias.
    Realmente Dom Paulo Francisco Machado, desde Petrópolis, passando por Juiz de Fora, e, agora, em Uberlândia vive o que Santo Tomás de Aquino disse ao virar-se para o Monge caladão e indaga-lhe: “Você sempre vem aqui me visitar, mas nunca me pergunta nada? – Respondeu-lhe: Basta vê-lo, padre!”(cf. fls. 76 do seu livro).
    Todas as palavras que escrever não sintetizam meu sentimento de gratidão por Dom Paulo Francisco Machado. Parafraseando o monge do seu conto, diante de tua humildade eu repito: Basta vê-lo, querido irmão dom Paulo Francisco Machado. Ou melhor, basta ler o seu magnífico livro “História e Estórias da minha história”. Obrigado pela partilha e pelo testemunho!

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here