Cidade do Vaticano
O observador permanente da Santa Sé no escritório das Nações Unidas em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovič, fez um pronunciamento no encontro do Grupo de trabalho intergovernamental sobre o direito ao desenvolvimento, realizado esta segunda-feira (29/04) na cidade helvécia.
Tratou-se da 20º sessão do Grupo de trabalho sobre oportunidades para enfrentar os problemas do nosso mundo e buscar soluções realmente eficazes, organizada pelas Nações Unidas.
Citando as encíclicas Populorum Progressio de São Paulo VI, Caritas in Veritate de Bento XVI, e a Laudato si’ do Papa Francisco, o representante da Santa Sé evidenciou alguns daqueles preciosos princípios subjacentes não somente da Declaração ao direito ao desenvolvimento dos povos, mas também do quadro jurídico internacional.
“A Santa Sé evidencia que qualquer definição de desenvolvimento deveria satisfazer as fundamentais necessidades materiais e não materiais dos indivíduos e considera de importância basilar que as pessoas humanas desempenhem um papel ativo e participem ativamente da formação da própria realidade”, afirmou o arcebispo esloveno.
Enfrentar desigualdades existentes e degradação ambiental
Entre as passagens mais significativas do discurso do prelado, o convite a propor soluções alternativas aos desafios mais prementes e atuais:
“Toda discussão profícua sobre o desenvolvimento deveria propor modos alternativos para enfrentar eficazmente as desigualdades existentes e a degradação ambiental, oferecendo assim um modelo de integração social e de conversão ecológica.”
Assegurar aos indivíduos desenvolvimento humano integral
Mas é somente do respeito pela dignidade humana que nascem, consequentemente, todas as boas práticas capazes de assegurar aos indivíduos singularmente considerados um desenvolvimento humano integral: “O acesso paritário aos serviços indispensáveis e aos recursos vitais, incluindo a instrução, água potável, assistência médica, energia limpa e terra”.
Desenvolvimento humano radicado nos valores éticos
Ademais, o observador da Santa Sé recordou que é fundamental “passar da decisão da ação à ação” com o compromisso de “promover e aplicar um desenvolvimento humano que seja radicado nos valores éticos fundamentais, que compreenda um dever internacional de solidariedade e um dever moral de reparação”.
Responder ao grito da terra e ao grito dos pobres
Dom Jurkovič fez uma veemente exortação conclusiva: “Se quisermos alcançar as metas da Agenda 2030 devemos dar o melhor de nós para responder adequadamente tanto ao grito da terra quanto ao grito dos pobres”.