Dom João Bosco Óliver de Faria: só o amor constrói!

    João Bosco Óliver de Faria completa hoje, 30 de outubro, 80 anos do dom da vida. Uno-me aos seus familiares, amigos, antigos diocesanos para agradecer a Deus por esse dom.

    Quando eu fui eleito Bispo de São José do Rio Preto, SP, em uma das reuniões da CNBB recebi de D. João Bosco um pequeno livro com ideias para os jovens bispos. Ainda hoje recordo a ele o bem que me fez e como muitas lembranças ainda me veem desse opúsculo muito apreciado. Foi um dom muito agradável. Depois, ainda em Rio Preto convidei Dom João Bosco Óliver de Faria, então Bispo Diocesano de Patos de Minas, MG, para proferir uma conferência para o clero e as lideranças leigas sobre a bioética, do qual ele é apreciado perito e refinado conhecedor.

    Nomeado Administrador Apostólico de Claraval tive a amena e grata alegria de conviver com ele nas Assembleias do Regional Leste 2 da CNBB.

    Transferido para Belém do Pará convidei Dom João Bosco que repetiu sua conferência para o clero e as lideranças leigas sobre a bioética.

    Aqui no Rio de Janeiro Dom João Bosco pregou o retiro para todas as turmas do clero no ano de 2016, o que trouxe grande consolo e alegria para todo o clero de nossa Arquidiocese. Desse retiro ele publicou um livro muito apreciado.

    Neste dia 30 de outubro Dom João Bosco está comemorando 80 anos de vida dedicada a viver em favor da salvação das almas, fiel ao seu lema de bispo: só o amor constrói!

    Como é agradável a companhia de Dom João Bosco: gentil, poliglota, sagaz, refinado, humilde, santo e que sempre nos lembra da necessidade de defender a vida, desde a concepção até o seu termo natural. As suas homilias e os seus programas semanais na Rádio Milícia da Imaculada são momentos de profunda ascese e de crescimento espiritual.

    Dom João Bosco é um bispo completo: soube governar Pouso Alegre, Patos de Minas e Diamantina como aquelas virtudes próprias de todos os grandes bispos mineiros que o precederam em suas respectivas sedes: conciliador, sereno, moderado, prudente, sábio no governo, vigilante na doutrina e na moral, homem de missa diária, homem de adoração ao Santíssimo e símbolo visível da santidade que brilha em sua mitra episcopal.

    O padre e o bispo foram consagrados para o serviço do Povo de Deus, à imagem de Jesus, Bom Pastor, que veio “não para ser servido, mas para servir” (Lc 24,26-27). O serviço, a missão de fazer discípulos de Jesus (Mt 28,19-20), não pode conhecer pausa. É inerente ao chamado.

    São João Paulo II que nos chamou ao episcopado ensinou que “De fato é tarefa de cada Bispo anunciar ao mundo a esperança, partindo da pregação do Evangelho de Jesus Cristo: “não só a esperança no que diz respeito às coisas penúltimas, mas também e sobretudo a esperança escatológica, que aguarda o tesouro da glória de Deus (cf. Ef 1, 18), que supera tudo quanto tenha já saboreado o coração do homem (cf. 1 Cor 2, 9) e que não tem comparação com os sofrimentos do tempo presente (cf. Rom 8, 18)”.(6) A perspectiva da esperança teologal, juntamente com as da fé e da caridade, deve modelar inteiramente o ministério pastoral do Bispo”(cf. Pastores Gregis, 3)

    Conhecendo a sua profunda sensibilidade eclesial agradeço a Deus a intensa e férvida atividade pastoral à qual com tanto zelo costumava dedicar-se. De minha parte desejo manifestar-lhe profundo reconhecimento pelo que o Senhor fez, à Igreja e às almas, e nestes últimos anos como Arcebispo de Diamantina, MG. Com grande disponibilidade e sem poupar energias, o Senhor se prodigalizou no serviço do Povo de Deus nas várias funções que lhe foram confiadas, dando sempre prova de grande fidelidade e de alto senso de responsabilidade.

    Destaco, com muita gratidão, as três dimensões que o Papa Francisco ensina para o sucesso de um casamento para retratar a sua vida: obrigado, com licença e me desculpe. O senhor como bispo tem sido esta demonstração serena de que a única coisa que vale é o Cristo Ressuscitado e para adorar, seguir, testemunhar e anunciar o Cristo Ressuscitado só poderemos fazê-lo se copiando o seu testemunho dizer sem meias palavras: Só o amor constrói!

    Aprecio, com entusiasmo, e sempre soube apreciar a sua delicadeza, a sua sensibilidade, a sua cortesia, a sua simplicidade com que o senhor enfrenta os problemas, muitas vezes difíceis, que lhe são submetidos. Obrigado por este seu testemunho e pelo seu modelo de homem profundamente virtuoso.

    Tendo participado de vários retiros orientados pelo senhor posso definir a sua vida abençoada de 80 anos com estas palavras que devem ser o fundamento da vida do Bispo: “A fecundidade espiritual do ministério do Bispo depende da intensidade da sua vida de união com o Senhor. É pela oração que um Bispo deve obter luz, força e conforto para a sua atividade pastoral. A oração é para um Bispo como o bastão a que se apoia na sua caminhada de cada dia. O Bispo que reza não perde a coragem perante as mais graves dificuldades, porque sente Deus a seu lado e encontra refúgio, serenidade e paz nos seus braços paternos. Abrindo-se assim a Deus com confiança, abre-se com maior generosidade ao próximo, tornando-se capaz de construir a história segundo o projeto divino. A consciência deste dever comporta que o Bispo celebre diariamente a Eucaristia e reze a Liturgia das Horas, pratique a adoração da Sagrada Eucaristia diante do sacrário, reze o Rosário e medite com frequência na Palavra de Deus e na lícito divina.115 Estes meios alimentam a sua fé e a vida segundo o Espírito, necessária para viver em plenitude a caridade pastoral no dia a dia do exercício do ministério, na comunhão com Deus e na fidelidade à sua missão.” Diretório para o ministério pastoral dos bispos, “Apostolo rum Sucessores”, 36)

    Dom João Bosco, como homem de profunda oração, tenho testemunhado que o senhor nestes 80 anos olhou com os olhos de homem e viu em todos os homens, mulheres e pessoas de boa vontade que passaram pela sua vida, com aquela sabedoria de quem sempre lutou tendo Deus ao seu lado. O seu olhar foi o olhar do amor compassivo, humano e divino, de verdadeiro pai, que arriscou a sua vida pelos seus filhos, porque sabe que sem se comprometer pelo outro não existe amor.

    Não poderia deixar de ressaltar o seu amor, caro Dom João Bosco, pelo Seminário, pela formação permanente do clero, pelo magnífico Seminário Dom José André Coimbra, que o senhor construiu em Patos de Minas, e que é uma referência de construção e de metodologia para a formação presbiteral para a Igreja no Brasil. Seu zelo e seu amor pelos sacerdotes inspira aos bispos diocesanos a seguir seu caminho luminoso de um homem que viveu unicamente pela Igreja e hoje, a mesma Igreja, canta louvores a Deus pela vida abençoada de um bispo que é modelo de serenidade e de cumprimento do dever para seus irmãos bispos, para o clero e para o povo de Deus. Muitas pessoas, em todos os cantos do Brasil, o admiram e rezam, comigo, pela sua vida neste Te Deum Laudamus a Deus.

    Dom João Bosco sua vida repito, foi de um pai, pastor, de um irmão que destemidamente se arriscou por um irmão ou por vários irmãos, mesmo remando contra a corrente, porque viveu exatamente o amor evangélico. Isso certamente comporta sofrimentos, começam as perseguições, as incompreensões, porém, do alto de seus 80 anos, fica para nós a grata lição de ter vivido, em todos os momentos, aquela alegria que São João Bosco imprimiu pelos salesianos em sua juventude e que acompanham até hoje a sua vida, sempre sorridente, de bom humor, e que nos ensina a amar generosamente.

    Recordo de uma de suas ideias com relação aos antigos paroquianos e diocesanos: sempre tem um percentual que nos recorda. Fico feliz em fazer parte desse grupo que o abraço e cumprimenta. Nos seus 80 anos, querido Dom João Bosco, fica na minha alma a expressão de que o senhor diuturnamente nos chama para que sejamos alegres: alegres porque somente o amor e a alegria têm o verdadeiro sentido de olhar para as coisas da pastoral, o povo de Deus, com os olhos de homem e com os olhos de Deus, como o senhor fez em toda a sua existência. Receba minha proximidade e as minhas orações. E que o senhor viva longos anos de vida, dando o testemunho da alegria do Evangelho

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