Documento: Rumo à presença Plena

    O Dicastério para a Comunicação lançou um documento sobre como podemos usar da melhor maneira a internet. A internet é boa e nos oferece muitas ferramentas interessantes que nos ajudam nos estudos, trabalho e a conhecer novas pessoas. Mas ao mesmo tempo temos que tomar um certo cuidado, pois, do mesmo modo que a internet pode ajudar, também pode atrapalhar.

    O problema do mau uso da internet é que muitas vezes corremos o risco de nos fecharmos em nós memos e não nos abrirmos ao diálogo e ao convívio com os outros. O uso inadequado da internet pode fazer com que os próprios membros da casa não se relacionem e isso pode acabar gerando brigas e mal-estar. Um dos problemas da internet é que as famílias acabam por não conviverem, ou seja, apesar de morarem na mesma casa, cada um se fecha em seu “mundo virtual” e acaba por não conviver com os demais.

    Nós podemos usar a internet para fazer coisas boas, como por exemplo, evangelizar. Podemos criar uma rede de amigos ou com familiares e mandar orações diárias, o evangelho do dia e o santo do dia. Podemos ser presença na vida do outro por meio da internet, por meio do WhatsApp. Se algum conhecido nosso não está bem, está triste e sem vontade de viver, podemos fazer uma chamada de vídeo ou ligação e melhorar o dia dessa pessoa.  Por isso, como diz o título desse documento, podemos ser presença plena na vida do próximo por meio da internet.

    Aprendemos muito durante a pandemia da covid -19 sobre como usar de maneira correta as redes sociais e a internet. Muitas pessoas não podiam sair de casa para ir à Igreja, devido ao isolamento social e por questão de idade. Acredito que com a pandemia aprendemos uma lição: nos comunicar mais através das redes sociais e usá-la para o bem. As paróquias, na sua grande maioria, até os dias de hoje ainda transmitem a missa virtualmente, para aquelas pessoas que não podem ir até a Igreja. Dessa forma, as paróquias acabam sendo presença plena na vida das pessoas.

    As redes sociais podem ser usadas inclusive para o padre orientar os fiéis espiritualmente, grupos de oração e reflexão sobre o Evangelho. É claro que a confissão sempre é feita no confessionário e auricular, e alguma outra orientação mais séria deve ser feita de maneira presencial. Como já dissemos, a internet não deve nos levar à acomodação, por isso, se tem a oportunidade, participe da missa presencialmente e de orientação espiritual presencial. A Santa Missa ou benção pela televisão só tem validade para aquelas pessoas doentes, acamadas e idosas. Por isso, por mais que assista a Santa Missa pela internet ou televisão, se você tem condições, vá presencialmente, também.

    A Igreja foi se transformando ao longo dos anos e a maneira de evangelizar também, antes não tínhamos a oportunidade de evangelizar por meio das redes sociais como temos hoje. Precisamos ocupar as redes sociais, sermos protagonistas e não sermos cristãos parados. É necessário transmitir a boa nova do Evangelho e não guardar para nós.

    O documento “Rumo à presença plena” é o resultado da pesquisa minuciosa de professores, psicólogos, especialistas, jovens profissionais e líderes, leigos, clérigos e religiosos. A pesquisa buscou tratar sobre o modo como os cristãos deveriam participar nas redes sociais e como cada um pode se tornais mais próximo do outro pelas redes sociais. Às vezes, queremos discutir ou brigar com alguém por meio das redes sociais, deixemos isso de lado, e se tivermos que resolver algo com alguém, façamos presencialmente. Usemos as redes sociais para o bem e para edificar a vida do outro.

    O documento ainda lembra que é por meio das redes sociais e da internet que a mensagem do Papa Francisco chega a muitos lares, e através da mensagem e preces do Papa, o coração de muitas pessoas foi tocado. Precisamos sempre estar em comunhão com o Papa e colocar em prática aquilo que ele diz. Mesmo distante longes fisicamente, nos tornamos próximos virtualmente quando ouvimos a mensagem transmitida pelo Papa.

    Com o avanço da internet e da tecnologia, corremos o risco de perder a cultura do encontro, do olhar nos olhos. Acabamos querendo resolver tudo através da internet e não encontramos mais as pessoas, até mesmo da própria família. Por isso, o Papa sempre bate na “tecla” da importância da cultura do encontro. A internet tem suas coisas boas, mas não podemos deixar fazer algo que seja necessário presencialmente para resolver somente pela internet.

    Infelizmente, alguns usam da internet até para fazerem encontros de catequese, batismo, curso de noivos etc. Isso era necessário durante o tempo de pandemia, mas agora tudo tem que voltar a ser presencial e precisamos olhar as pessoas nos olhos. Os padres também precisam tomar esse cuidado, pois durante a pandemia faziam o atendimento espiritual por meio da internet ou WhatsApp, agora esse atendimento precisa ser presencial. É importante as pessoas chegarem na paróquia e o padre estar lá, pronto para atender.

    O documento alerta ainda sobre as “desigualdades nas redes sociais”, e isso se torna cada vez mais frequente. Muitas vezes, quando formamos um grupo ou participamos de um bate papo na rede social, não sabemos quem está do outro lado e ao invés de aproximarmo-nos mais uns dos outros, acabamos afastando. A internet tem o seu lado bom, mas também tem o seu lado ruim e por vezes acaba sendo “terra de ninguém”.

    Como diz o título desse documento, sejamos presença plena na vida do próximo mesmo por meio da internet. Não esqueçamos da cultura do encontro e sempre que possível, marquemos encontro presencial com o próximo, e que esse encontro seja edificante para os dois lados.

    Faço ainda um alerta aos pais para que estejam atentos ao que os seus filhos assistem e conversam nas redes sociais, para que a internet não afete o crescimento deles e eles sejam pessoas maduras na fé e responsáveis. Não permitam que os vossos filhos e netos façam as refeições diante da tela do computador ou do celular. Que eles sentem à mesa e dialoguem com quem está ali. A mesa é o local sagrado, onde além de partilhar o alimento, se partilha as dores e alegrias do dia que passou.

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