Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres

A violência contra as mulheres não se resume apenas a violência doméstica. As agressões vão desde o assédio sexual e moral, os estupros, e o bullyng na internet. No Brasil, uma lei federal de 2007 instituiu o dia 6 de dezembro como Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

A data remete a um evento ocorrido em 1989, em Montreal, no Canadá, quando Marc Lepine, de 25 anos, invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica. Ele ordenou que os homens se retirassem e começou a atirar, assassinando 14 mulheres.  O rapaz suicidou-se em seguida. Marc deixou uma carta justificando o ato: não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente masculino.

O crime mobilizou a opinião pública do país e motivou um grupo de homens canadenses a criar a Campanha do Laço Branco que tem como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e de não fechar os olhos frente a essa violência.

No Brasil, a data quer chamar atenção para o fato de que as mulheres ainda são as principais vítimas da violência de gênero no país. De acordo com a Cáritas Brasileira, há mais de 40 anos ecoam as vozes das mulheres dizendo “quem ama não mata, não humilha e não maltrata”.

Em um artigo publicado por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, 25 de novembro, a diretora-secretária do GT Mulheres da Cáritas Brasileira, Marilene Alves de Souza, Leninha, relatou que o não reconhecimento da gravidade da violência contra as mulheres e de suas raízes discriminatórias concorre não só para que as agressões aconteçam, mas também auxiliam a manter a situação de violência até o extremo do assassinato.

“É necessário combater as causas da violência e uma delas é o machismo. Para isto precisamos estabelecer pactos nas relações sociais entre homens e mulheres que preservem a vida e que a violência machista seja considerada algo inaceitável por todas e todos”.

O tema violência contra a mulher ainda precisa ser muito debatido, afinal, além das sequelas físicas e psicológicas, muitas estão perdendo a vida na mão dos agressores. Dentro desse aspecto global, o Brasil está entre os países com maior índice de homicídios femininos e ocupa a quinta posição em um ranking de 83 nações. Só em 2015, o mapa da violência apontou 4700 mulheres assassinadas no Brasil por companheiros e ex-companheiros.

Segundo Leninha, O feminicídio não é um crime passional ou homicídio privilegiado. Essas denominações minimizam o feminicídio e contribuem para a perpetuação da violência contra a mulher e o assassinato.

 

Fonte: CNBB

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