Celebramos no segundo domingo do mês de agosto o Dia dos Pais e recordamos a vocação à paternidade e à vida de família. Na semana em que celebramos o Dia dos Pais, acontece também a Semana Nacional da Família, na qual a Igreja recorda a importância da família e o quanto os pais são importantes na vida dos filhos. A Igreja ensina que a família é a Igreja Doméstica, ou seja, a família também é lugar de oração.
O Dia dos Pais, a exemplo do Dia das Mães, ou dos avós, deve ser comemorado todos os dias. Devemos, na medida do possível, estar com os nossos pais todos os dias, ligar para eles todos os dias, por ligação de voz ou de vídeo, e fazer-se presença na vida deles todos os dias. Mas já que a data foi colocada no calendário, aproveite para estar com o seu pai nesse dia ou fazer um telefonema para ele. Se o seu pai já é falecido, reze a Deus e a Nossa Senhora por ele, pelo seu eterno descanso junto de Deus.
A Igreja sempre utiliza com sabedoria essas datas ditas “comerciais” para que não passem em branco e que todos possam dar o devido valor a elas, já que estão no calendário. O Dia das Mães, que é no segundo domingo de maio, a Igreja dedica o mês todo às mães e convida os fiéis ao longo de todo aquele mês a rezarem o terço em louvor a Nossa Senhora de Fátima e a todas as mães. No Dia dos Avós, que é celebrado no dia 26 de julho, uma data pouco lembrada por todos, o Papa Francisco teve a feliz ideia de decretar, há três anos, no quarto domingo do mês de julho, o Dia Mundial dos Avós e Idosos. E a partir do dia dos Pais, a Igreja realiza a Semana Nacional da Família que tem o seguinte tema: Família, fonte de vocações, e como lema: Corações ardentes, pés a caminho (Lc 24, 32-33).
Ao olharmos para uma família, recordemos da Sagrada Família de Nazaré, a figura do pai podemos remeter a São José, pois é o chefe daquela família. A mãe podemos comparar com Nossa Senhora, aquela que guarda a fé da família e cuida da educação dos filhos, e os filhos a exemplo do menino Jesus, devem crescer em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens. Inclusive, o Dia dos Pais poderia ser celebrado no dia de São José, em 19 de março, patrono das famílias e da Igreja universal.
A figura do pai na família é daquele que é o chefe da família, não no sentido que tínhamos antigamente que somente o pai o trabalha, mas no sentido de que ele zela pela casa, pelos filhos e pela esposa. O pai é exemplo para os seus filhos, o que é ele hoje, os seus filhos serão no futuro. Se o pai é trabalhador, responsável e cuida da casa, da esposa e deles, os filhos farão igual quando forem mais velhos. Agora se o pai não quer saber de trabalhar, não respeita a esposa e nem os filhos, eles também farão a mesma coisa no futuro.
Uma das características mais importantes da figura do pai é a de um homem de oração. Se o pai é um homem de oração, ele incute, pelo exemplo e pelo testemunho em sua família, esposa, filhos, netos e bisnetos, a necessidade da vida de intimidade com Deus e da participação dos sacramentos, em família, particularmente, da Santíssima Eucaristia.
Os filhos devem respeitar os seus pais até a velhice, como diz o quarto mandamento da lei de Deus: “Honrar Pai e mãe”. Não é porque os filhos cresceram e ficaram adultos que vão desrespeitar os pais e abandoná-los colocando-os em uma casa de repouso e não os visitar mais. Os filhos devem amar e cuidar dos seus pais até a hora da morte, pois depois que perdê-los, irão sentir muita falta.
Por isso, nesse Dia dos Pais, esteja com o seu pai, almoce com ele, ou se não puder almoçar faça um telefonema, mas não deixe essa data passar em branco. Se o seu pai já é falecido, reze por ele, e tenha a certeza de que um dia todos nós nos encontraremos na eternidade.
Dessa forma, além de comemorar o Dia dos Pais e prestar uma homenagem a eles, a Igreja faz uma reflexão sobre a importância de ser pai e a responsabilidade que advém desse chamado. O pai é aquele que transmite amor aos seus filhos e os educa no caminho do bem.
Portanto, temos que olhar o Dia dos Pais de uma outra maneira, não com o viés publicitário e comercial, mas com o olhar da fé, agradecer por ter o nosso pai conosco e pra que já tem o pai falecido, agradecer por ter tido a oportunidade de ter tido um pai. Para aqueles que desejam abraçar a vocação paterna, esse dia deve servir como reflexão e através dos exemplos que vêm da Sagrada Escritura, procurar ser um bom pai no futuro.
Aos futuros pais, uma advertência: infelizmente, muitos casais hoje querem se casar em sítios, fazendas, buffets e esquecem que todo o matrimônio é sacramento e deve ser celebrado dentro do espaço sagrado, na Igreja Matriz de sua paróquia ou em uma Igreja em que se celebra, semanalmente, a vida comunitária. Tudo o que começa com Deus, e o sacramento do matrimônio deve começar com Deus, tem que ser celebrado e vivido dentro do espaço sagrado, já que o matrimônio é sacramento de amor e de vida!
Pai não é só aquele que carrega nos braços e ajuda nas horas difíceis, mas também o que aponta as direções certas que conduzem aos bons caminhos. O pai muitas vezes é o conselheiro, aquele que tira as dúvidas dos filhos e motiva os filhos a seguirem o caminho certo. O filho deve sempre ouvir o conselho dos pais. Vale mais seguir a vida com os conselhos dos pais do que caminhar sozinho e errar. O pai deve ser antes de tudo amigo de seus filhos e deve estar presente na vida dele em todos os momentos, e os filhos devem ver os seus pais como amigos e não apenas como aquele que dá bronca.
O pai é antes de tudo aquele que transmite carinho e amor aos seus filhos e respeita a sua esposa. Nesse Dia dos Pais, agradeça a presença paterna que você tem em sua vida e faça o possível para estar com eles nesse dia. Que a Sagrada Família de Nazaré abençoe todas as famílias e que os pais sigam o exemplo de São José.
Recomendo, vivamente, em todas as paróquias, celebrarem neste final de semana a missa em sufrágio das almas dos pais falecidos. Na medida do possível, é dia também de saudade ao visitar o túmulo dos pais falecidos, por eles rezando e colocando flores em seu túmulo.