Dia dos boinas-azuis da ONU é dedicado às mulheres

Todos os anos, no dia 29 de maio, as Nações Unidas celebram as missões de paz, prestando homenagem àqueles que trabalham em contextos difíceis para garantir a cessação das hostilidades. A edição 2020 é dedicada à presença das mulheres e ao seu papel-chave nesta área. A entrevista com Maurizio Simoncelli, co-fundador de “Archivio Disarmo”.

Andrea De Angelis, Silvonei José – Cidade do Vaticano

Um orçamento anual de cerca de 7 bilhões de dólares, menos de um ponto percentual dos gastos militares mundiais. As missões de paz têm um custo irrisório, especialmente quando comparadas ao seu objetivo: manter a paz em todos os cantos do planeta. Provenientes de mais de 120 países, há mais de 90 mil indivíduos empregados e cuja principal tarefa é proteger os civis que vivem em áreas de crise. As Nações Unidas comemoram hoje essas pessoas, com particular referência neste 2020 à mulher pacificadora.

“Mulheres na manutenção da paz: uma chave para a paz”

Enquanto este ano se recorda o 20º aniversário da adoção da Resolução 1325 do Conselho de Segurança da ONU sobre Mulheres, Paz e Segurança (UNSCR1325), o tema do Dia das forças de paz 2020 é “As mulheres na manutenção da paz: uma chave para a paz”. A presença de mulheres é essencial para promover e alcançar os objetivos da missão. Através da UNSCR1325, as consequentes resoluções e da iniciativa da Ação para a Manutenção da Paz (A4P), as Nações Unidas apelaram para uma expansão do papel e da contribuição das mulheres nas operações, incluindo a atividade de manutenção da paz. Neste sentido, a ONU pretende incentivar cada vez mais o envolvimento de mulheres de muitos países, pois elas representam atualmente apenas 6% do total das forças.

Paz e pandemia

A mensagem do Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres, expressa gratidão pelos mais de 90 mil civis, policiais e militares atualmente destacados em todo o mundo: “Eles estão enfrentando – lê-se -, um dos maiores desafios de todos os tempos conjugando seu mandato para manter a paz e a segurança enquanto ajudam as pessoas a enfrentar a pandemia da Covid-19. “As mulheres pacificadoras estão na vanguarda desta luta, e agradecemos sua dedicação e sacrifício no apoio aos esforços para responder ao novo coronavírus, bem como – disse Guterres -, na atuação dos mandatos de missão em circunstâncias difíceis”.

Simoncelli: “O papel da mulher é precioso”

“Há também muito a ser feito para que não haja preconceito contra as mulheres, tanto nesta como em outras áreas. Certamente seu papel é importante, também precioso no que diz respeito ao envolvimento da população feminina do território onde operam as missões das Nações Unidas”: foi o que disse em entrevista ao Vatican News o co-fundador do “Archivio Disarmo”, professor Maurizio Simoncelli. “Este é um dia especial, porque celebra o nobre esforço de cem mil pessoas que – acrescenta -, trabalham pela paz e cujo custo é realmente irrisório, cerca de 0,5% dos gastos militares globais”.

O dia 29 de maio

Enfim uma curiosidade: por que este dia é comemorado no final de maio? Não é por acaso. A Assembleia geral, em sua resolução 57/129, designou o dia 29 de maio como o Dia Internacional das Forças de Manutenção da Paz das Nações Unidas (Dia dos boinas-azuis) para comemorar o dia em que, em 1948, a primeira missão de manutenção da paz das Nações Unidas, a Organização de Supervisão da Trégua da ONU – conhecida como UNTSO – iniciou suas operações no Oriente Médio.

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