“O que virá a ser este menino?” (Lc 1,66)
Celebramos no dia 24 de junho o dia da Natividade de São João Batista, o precursor do Messias e aquele que anunciava a verdade que provém da Palavra de Deus no coração das pessoas. João Batista é a voz que clama no deserto, é a voz que anuncia a aproximação da salvação de Israel. O deserto é o lugar do encontro com Deus, por isso João Batista anunciava do deserto a chegada próxima do Messias.
O dia da Natividade de São João Batista acontece seis meses antes da vigília do Natal, ou seja, ele é seis meses mais velho que Jesus, pois quando Maria vai visitar sua prima Isabel, ela já está com seis meses de gestação e Maria fica três meses com ela, ou seja, até a sua prima dar à luz.
Essa data que ocorre seis meses antes do Natal, pois além de ser a data do nascimento de São João, se dá devido à importância do santo para a Igreja. São João Batista é o único santo em que celebramos o nascimento e a morte. O martírio de São João Batista é celebrado dia 29 de agosto. Normalmente, a Igreja celebra a memória de um santo no dia de sua morte.
O dia da Natividade de São João Batista está no centro dos festejos juninos, junto com a comemoração de outros grandes santos da Igreja nesse mês. E, também, serve para sinalizar que chegamos na metade do ano vigente. Na liturgia, encontremos força, assim como o exemplo de João, anunciar a salvação de Deus que se realiza em Jesus.
A Primeira Leitura da solenidade é extraída do livro de Isaías (Is 49,1-6). O profeta faz uma alusão à vida de São João Batista e daquele que é chamado e escolhido por Deus. Para ser um profeta, não é da noite para o dia, mas tem que ser escolhido e ungido por Deus. Para ser profeta é necessário ser chamado por Deus e aceitar de bom grado esse chamado e, além disso, corresponder a esse chamado. Todo profeta recebia uma missão de Deus que era “restaurar” a casa de Israel, ou seja, anunciar a justiça que provém de Deus.
No Salmo Responsorial 138(139), o salmista agradece a Deus pelo modo admirável com que Deus o formou. Devemos, assim como o salmista, agradecer ao Senhor por nos ter chamado e nos dado a vida. Ele nos conhece por inteiro e sabe das nossas dores, aflições e alegria. Que possamos corresponder o chamado que Deus nos fez à vida, amando e servindo o nosso próximo de todo o coração.
Na Segunda Leitura (At 13, 22-26), Paulo discursa falando como Deus chamou e escolheu Davi para ser profeta. Dessa forma, para ser profeta, é Deus que nos chama e não a pessoa por si só que se escolhe. Da mesma forma, para qualquer ministério na Igreja, como por exemplo ser sacerdote, não é a pessoa que escolhe ser padre, mas Deus a chama.
Paulo ainda fala que depois de Davi e, conforme a promessa divina, a descendência continuou por meio do envio de Jesus. Antes de Jesus, porém, Deus envia João Batista para “amolecer” os corações “endurecidos”.
No Evangelho do dia (Lc 1,57-66.80), Lucas relata o nascimento de João Batista que, ao completar-se o tempo da gravidez de Isabel, ela deu à luz a um filho. Os vizinhos e parentes foram até a casa de Zacarias e Isabel para ver o quanto Deus havia sido misericordioso com o casal. No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar o nome de seu pai, Zacarias. Isabel toma a palavra e diz que o menino se chamaria João. Os parentes a questionam, pois não tinha nenhum parente deles com esse nome. Mas foi o nome que o anjo disse que deveriam dar ao menino. E, ainda, Zacarias escreveu numa tabuinha o nome no qual o menino deveria se chamar.
No mesmo instante que Zacarias revela o nome do menino, a sua língua se solta e ele começou a louvar a Deus. Os que estavam presentes ficaram felizes com a notícia que se espalhou por toda a região da Judeia.
De fato, as pessoas perguntavam o que viria a ser esse menino e perceberam que a mão de Deus estava com ele. O menino crescia e se fortalecia em espírito, depois ele foi para a região deserta de Israel, até se apresentar publicamente a Israel.
Percebemos que de fato Deus chama João Batista e o elege para ser o precursor do Messias. João tinha a missão de preparar o coração das pessoas para a chegada do Messias e pregava um batismo de conversão.
Que possamos apresentar Jesus Cristo para as pessoas e conduzir muitos dos que se encontram perdidos pelo caminho, ao batismo de salvação. Que as águas do batismo nos regenerem e nos faça novas criaturas. Amém.
