Famílias abertas para fazer a vontade de Deus!

    O Papa Bento XV, em 1921, instituiu a Festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José. Há duas razões para a importância desta celebração: uma teológica e a outra sociológica. Teologicamente, percebe-se com maior clareza a identidade da família como “célula” primordial da Igreja. Cada família cristã é uma “Igreja doméstica”. Dentro do seu seio, a fé, a oração e as virtudes são inculcadas e cultivadas. Sociologicamente, torna-se cada vez mais aparente que a família é alvo de hostilidade da parte de muitos setores da cultura atual. Existem tentativas de pôr fim à realidade da família e de reestruturar a sociedade por completo numa base que não seja bíblica nem cristã. Assim, ao celebrar esta fé, nós, católicos, proclamamos a nossa fé na centralidade da família no projeto de Deus para a humanidade, e imploramos a poderosa intercessão de Jesus, Maria e José para proteger e fortalecer as nossas próprias famílias e ajudar a todos a valorizar a imensa bênção que é a família.

    A liturgia deste domingo propõe-nos a família de Jesus, como exemplo e modelo das nossas comunidades familiares. As leituras fornecem indicações práticas para nos ajudar a construir famílias felizes, que sejam espaços de encontro, de partilha, de fraternidade, de amor verdadeiro.

    O Evangelho(cf. Mt 2,13-15.19-23) apresenta uma catequese sobre Jesus e a missão que o Pai lhe confiou; mas, sobretudo, propõe-nos o quadro de uma família exemplar – a família de Nazaré. Nesse quadro há duas coordenadas que são postas em relevo: trata-se de uma família onde existe verdadeiro amor e verdadeira solidariedade entre os seus membros; e trata-se de uma família que escuta Deus e que segue, com absoluta confiança, os caminhos por Ele propostos.

    Como o patriarca José no Antigo Testamento, José de Nazaré é um homem de sonhos, Na Bíblia, os sonhos são uma forma de divina revelação, seja uma manifestação do significado de um mistério de Deus, seja um anúncio do futuro, seja uma ordem do Senhor a ser cumprida. Os sonhos de José no texto do Evangelho para a festa de hoje comunicam a ele a maneira de cumprir a divina vontade. E a vontade do divino Pai é a preservação da vida do seu Filho Jesus, o qual ele tinha confiado aos cuidados de José. O divino Pai e o humano pai adotivo trabalham juntos para salvaguardar a vida do Filho amado de ambos. O Pai eterno percebe os perigos que ameaçam o futuro de Jesus, mas ao invés de salvá-lo milagrosamente, ele pede a colaboração do seu servo fiel, José. Ele usa as virtudes e a maturidade de um humilde ser humano para proteger a vida daquele que lhe é mais precioso. São José é o modelo certo para todo pai cristão. Todo pai cristão é encarregado do cuidado de uma esposa e de seus filhos. Sua esposa – cada mulher – é, de maneira real, uma filha do Altíssimo, e, pelo Batismo, os seus filhos são filhos e filhas adotivos do próprio Deus. O pai cristão precisa ser atento(para receber a mensagem dos sonhos), esforçado(para cumprir a divina ordem), prudente(para tomar as melhores decisões na proteção de sua esposa e de seus filhos) e amoroso(porque o amor dos pais é a casa mais segura que um casal pode oferecer à sua prole).

    A segunda leitura(cf. Cl 3,12-21) sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo. Esse amor deve atingir, de forma muito especial, todos os que conosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.

    A primeira leitura(cf. Eclo 3,3-7.14-17a) apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais. É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.

    Na noite de Natal havia pedido que todos nós adoremos ao Deus Menino que nos foi dado. Miremos nosso olhar para a Sagrada Família: Jesus, Maria e José, e vemos a face do Mistério do Encarnado que nasce no seio de uma família simples, acolhedora e aberta à vontade de Deus. Renovemos o nosso vivo desejo de viver a união familiar à exemplo da Sagrada Família de Nazaré. Que a Divina Família abençoe todas as nossas famílias.

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